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Novo anticorpo pode ser a chave para desvendar a luta contra o câncer

Novos defensores agem de maneira mais eficaz na destruição das células cancerígenas

. (US National Cancer Institute/Reprodução)
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Ariane Alves

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 11h30.

Última atualização em 21 de novembro de 2018 às 11h35.

São Paulo - Cientistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, desenvolveram um novo anticorpo que pode ser a chave para desvendar o processo de defesa do câncer contra o sistema imunológico. A novo aliado teria a capacidade de agir duplamente no estímulo à destruição das células cancerígenas.

No estudo publicado no periódico científico Cell,a equipe do Centro de Imunologia do Câncer da Universidade de Southampton, no Reino Unido, conta que desenvolveu anticorpos específicos para marcar um receptor imune chamado 4-1BB, capaz de ativar os linfócitos T citotóxicos (conhecidos como “assassinos”, pois têm a capacidade de matar células identificadas como ameaças) e fazê-las destruir as células do câncer.

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Segundo o site de divulgação científica News-Medical , a equipe descobriu que o 4-1BB está presente em um grupo de linfócitos dentro do tumor chamado de “reguladores”, que desativam os linfócitos citotóxicos. A solução estudada pelos cientistas é a exclusão das células reguladoras, para que possa ser possível ativar as “assassinas”.

Novo anticorpo tem dupla finalidade

Em pesquisas anteriores, foi possível observar que a atuação do 4-1BB pode causar regressão no tamanho de um tumor. No entanto, o mesmo anticorpo que apaga as células reguladoras não era o mesmo que ativa as citotóxicas, o que impossibilitava um cenário adequado de abordagem terapêutica.

A novidade do estudo britânico é que o anticorpo desenvolvido pode ter a dupla função, segundo os resultados de laboratório. A equipe pesquisa o tema há mais de dez anos e acredita que a descoberta pode levar a uma nova onda de anticorpos contra o câncer

"A imunoterapia com anticorpos alterou os resultados de pacientes com vários tipos de câncer, mas as respostas são freqüentemente restritas a uma minoria", disse o professor Stephen Beers, que liderou o estudo. "Isto é realmente muito emocionante. Anticorpos imunes ativando receptores como o 4-1BB não conseguiram traduzir os resultados no ambiente clínico, mas possuem um grande potencial se pudermos entender como direcioná-los com sucesso em pacientes com câncer", afirmou Beers.

Por enquanto, os resultados observados podem ser aplicados ao câncer de ovário e a um tipo específico de câncer de pele, mas a equipe espera replicar o estudo a outros tipos em breve.

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