Ciência

Missão espacial vai levar 8 anos para chegar em Júpiter; veja detalhes

Sua chegada à órbita do planeta está prevista para 2031, a uma distância de 628 milhões de quilômetros da Terra

Juice: com cerca de 6,2 toneladas, a sonda levará dez instrumentos científicos ao espaço (AFP/AFP)

Juice: com cerca de 6,2 toneladas, a sonda levará dez instrumentos científicos ao espaço (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 11 de abril de 2023 às 11h56.

Última atualização em 11 de abril de 2023 às 12h05.

A sonda espacial Juice está pronta para embarcar em uma viagem de oito anos nesta quinta-feira, 13, com direção a Júpiter, o planeta gigante do Sistema Solar, e suas luas geladas, em busca de condições propícias à vida extraterrestre.
A sonda Jupiter Icy Moons Explorer (Juice) é a missão estelar da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e será lançada ao espaço a bordo de um foguete Ariane 5, da Guiana Francesa. Com cerca de 6,2 toneladas, a sonda levará dez instrumentos científicos ao espaço.

Após subir a 1,5 mil quilômetros de altura, será impulsionada para sua jornada a Júpiter, informou Véronique Loisel, chefe do projeto Arianespace, em uma coletiva de imprensa. Sua chegada à órbita do planeta está prevista para 2031, a uma distância de 628 milhões de quilômetros da Terra.

No entanto, a viagem será longa e sinuosa, à medida que a sonda não tem energia suficiente para chegar a Júpiter em uma trajetória direta.

A Juice então passará de planeta em planeta, usando suas respectivas forças de gravidade para se impulsionar para frente, como uma catapulta.

O primeiro destino é a Lua, depois Vênus (2025), posteriormente a Terra novamente (2029), que a ajudará a dar o empurrão final para Júpiter e seus satélites naturais, descobertos por Galileu Galilei há 400 anos.

Ao passar por Vênus, a sonda enfrentará temperaturas de 250 ºC e quando chegar a Júpiter, de -230 ºC, "uma diferença enorme", alerta Carole Larigauderie, do Centro Nacional Francês de Estudos Espaciais (CNES). Para suportar esta diferença de temperaturas, o objeto espacial é coberto de várias camadas de material isolante.

Outro desafio da sonda será manter sua reserva energética em potência máxima, à medida que a luz solar no espaço é 25 vezes menor do que a recebida na Terra. Para isso, foram construídos 85 m² de painéis solares em sua estrutura.

Após uma parada perigosa, ela entrará na órbita de Júpiter para começar sua missão científica: inspecionar o planeta gigante e seus principais satélites, Io, Europa, Ganímedes e Calisto.

"É um sistema solar em miniatura cujo estudo nos permitirá entender melhor como o nosso próprio Sistema Solar foi formado", explica Olivier Witasse, gerente do projeto na Agência Espacial Europeia.

A sonda utilizará dados meteorológicos, estudará campos magnéticos e examinará a conexão entre as diferentes luas para detectar ambientes favoráveis ao surgimento de outras formas de vida.

Sua atenção maior será sobre Ganímedes, a maior lua do Sistema Solar, a única que possui um campo magnético que a protege da radiação e uma forte candidata, junto com Europa, à busca por condições ideias de vida. A Juice deve chegar à sua órbita em 2034.

No entanto, "isso não significa que vamos encontrar vida, mas que queremos saber se é possível", diz Francis Rocard, planetólogo do CNES, acrescentando que os especialistas ainda não sabem identificar como poderia ser este sinal de vida.

Ambas as luas estão cobertas por uma espessa camada de gelo, e embaixo dele existem vastos oceanos de água líquida, a principal condição para o surgimento da vida.

Os dados serão combinados por aqueles coletados pela sonda Europa Clipper da NASA, que viajará ao satélite Europa em 2024.

Juice é a primeira missão europeia a se aventurar na região externa do Sistema Solar, depois de Marte. Ao todo, a missão custou cerca de US$ 1,75 bilhão de dólares (em torno de R$ 9 bilhões).

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