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IBGE corrige dados da Pnad e diz que desigualdade caiu

Segundo Ministério do Planejamento, erros ocorreram porque foi utilizada uma projeção de população incorreta em sete Estados


	Um menino joga bola na favela de Varjão, em Brasília: dados mostram a queda da desigualdade em 2013
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Um menino joga bola na favela de Varjão, em Brasília: dados mostram a queda da desigualdade em 2013 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 22h07.

Rio de Janeiro - Os resultados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD) de 2013, divulgados pelo IBGE na quinta-feira, continham erros importantes, informou nesta sexta-feira o órgão, gerando críticas da oposição e do próprio governo, em meio à acirrada campanha eleitoral.

Os erros ocorreram porque foi utilizada uma projeção de população incorreta em sete Estados que têm mais de uma região metropolitana, explicou o instituto vinculado ao Ministério do Planejamento.

Por conta da projeção errada da população nas regiões metropolitanas, dados sobre a renda dos brasileiros e sobre a concentração de renda no país estavam errados.

"Em vez de colocar a projeção de população correta se colocou errada. Não percebemos o erro”, disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, em entrevista coletiva na sede do órgão.

O IBGE foi alertado para os erros pelo Ministério do Desenvolvimento Social, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e consultorias privadas, como a MCM Consultores.

O anúncio de que os resultados do Pnad continham erros gerou reação imediata de órgãos do governo e do candidato à Presidência da República, Aécio Neves, do oposicionista PSDB.

Os dados da Pnad tinham sido um dos principais assuntos da campanha presidencial na véspera e foram comentados pelos três principais candidatos à presidência da República.

"É impressionante o dano que o governo federal vem causando às instituições do país", disse Aécio em nota.

"Na ânsia de se manter no poder, o governo não hesita sequer em colocar em xeque instituições que são guardiãs da memória da sociedade brasileira."

O Ministério do Planejamento determinou a criação de sindicância para apurar as razões dos erros e eventual "responsabilidade funcional, que caso se verifique poderá implicar em medidas disciplinares".

Além disso, determinou a criação de uma comissão de especialistas independentes para avaliar a consistência da Pnad.

A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, rechaçou qualquer insinuação de que os dados foram manipulados com objetivos políticos.

"Todo trabalho está sujeito a erro... não adianta fazer caça às bruxas. Se fez com intenção de alguma coisa vamos ver o que fazer... o objetivo é fazer processos que minimizem esse risco” disse a presidente do órgão.

O diretor de pesquisas do IBGE, Roberto Olinto, disse que o erro foi pontual, e não pode comprometer a credibilidade do instituto.

“Temos muitos anos de trabalho; isso é um erro pontual e credibilidade se constrói ao longo dos anos; temos uns 30 ou 40 anos de transparência e credibilidade... dessa vez informamos que erramos”, destacou o diretor.

Renda

O erro sobre a população nas regiões metropolitanas, gerou dados incorretos sobre renda, entre outros.

O índice de Gini que mede a concentração de renda, por exemplo, calculado pela renda domicilar recuou em 2013 para 0,497 ante 0,499 em 2012.

Na quinta-feira, o IBGE tinha informado que o índice tinha subido para 0,500. Pelos critérios do indicador, quanto mais perto de zero menor é a desigualdade de um país.

“Houve uma desconcentração, reduziu a desigualdade”, disse Cimar Azeredo.

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