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Estudo aponta que déficit de atenção é transtorno cerebral

Segundo pesquisadores, o estudo encontrou "diferenças estruturais" e evidências de atraso no desenvolvimento cerebral das pessoas com TDAH

Cérebro: estudo é o maior até agora dedicado ao cérebro das pessoas com esta síndrome (Matt Cardy/Getty Images)
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AFP

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 10h16.

As pessoas com Transtorno por Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) têm o cérebro levemente menor, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira, que reitera que se trata de uma alteração física, e não apenas de má conduta.

Este estudo, o maior até agora dedicado ao cérebro das pessoas com esta síndrome, encontrou "diferenças estruturais" e evidências de atraso no desenvolvimento, segundo os pesquisadores.

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"Os resultados de nosso estudo confirmam que as pessoas com TDAH têm diferenças na estrutura cerebral, o que sugere que o TDAH é um transtorno no cérebro", afirmou a diretora do estudo, Martine Hoogman, do Centro Médico da Universidade Radboud, na Holanda.

"Esperamos que isto ajude a reduzir o estigma de que o TDAH é 'apenas um rótulo' para crianças com dificuldades ou que é provocado por uma educação pobre", acrescentou em um comunicado.

As conclusões do estudo, no qual participaram 1.713 pessoas com esta síndrome e 1.529 pessoas sem ela, foi publicado na revista The Lancet Psychiatry.

O TDAH é diagnosticado geralmente na infância, mas pode perdurar nos adultos. Seus sintomas mais frequentes são os problemas de concentração, a hiperatividade e a impulsividade.

A causa do transtorno gera controvérsia e alguns especialistas insistem que o TDAH é apenas um pretexto para utilizar medicamentos que suavizem o comportamento de crianças com personalidades conflitivas.

Neste estudo, Hoogman e sua equipe analisaram as ressonâncias magnéticas de pessoas entre 4 e 63 anos, com ou sem TDAH, e mediram o volume total de seu cérebro, assim como o tamanho de sete regiões que podem estar vinculadas ao transtorno.

O volume total era menor em pessoas diagnosticadas com a síndrome, também de cinco zonas do cérebro, disseram os cientistas.

"Estas diferenças são muito pequenas (...) por isso, a dimensão de nosso estudo, sem precedentes, era crucial para nos ajudar a detectar isto", acrescentou Hoogman.

Outros estudos anteriores, que vinculam as mudanças no volume do cérebro com o TDAH, eram muito pequenos para ser conclusivos, afirmou.

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