Ciência

Estudo aponta que abelhas são capazes de resolver operações matemáticas

Pesquisa buscou entender relação entre tamanho do cérebro e sua potência, o que pode ser uma porta para inteligência artificial

Abelhas: Estudo parte do princípio de que o animal entende o conceito de zero (Pixabay/Reprodução)

Abelhas: Estudo parte do princípio de que o animal entende o conceito de zero (Pixabay/Reprodução)

E

EFE

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 19h15.

Madri - As abelhas são capazes de fazer operações matemática simples, como a soma e a subtração, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista "Science Advances", cujo objetivo é compreender a relação entre o tamanho do cérebro e sua potência, fazendo experiências com estes pequenos insetos.

Esta descoberta, que insinua que a matemática não requer um cérebro de grande tamanho, pode ser uma porta aberta em relação ao campo da Inteligência Artificial, especialmente para melhorar os processos de aprendizagem rápida, segundo um comunicado da Universidade RMIT de Melbourne.

Os pesquisadores afirmam que realizar operações matemáticas requer um nível cognitivo bastante sofisticado, já que há interação entre a memória de longo prazo, que é a que contém as regras de adição e subtração, e de curto prazo, que se encarrega de manipular os números de uma operação concreta.

Muitas espécies não humanas são capazes de entender as diferenças entre quantidades e aplicá-las para resolver problemas cotidianos, mas resolver operações aritméticas requer um nível de processamento cerebral mais complexo.

O estudo parte do princípio de que as abelhas entendem o conceito de zero, como já foi comprovado, e consiste em ensiná-las a reconhecer cores como representações simbólicas de soma e subtração para que possam utilizar estas informações para resolver problemas matemáticos.

As abelhas foram treinadas em um labirinto, onde ao entrarem viam entre uma e cinco formas de cor azul (soma) ou amarelo (subtração). Depois tinham que voar até uma "câmara de decisão", onde decidiam se iriam à esquerda ou à direita. Ao final, recebiam estímulos positivos quando iam ao lado correto, ou negativos quando voavam na direção errada.

No início do experimento, as abelhas tomavam decisões aleatórias, mas, graças aos estímulos, finalmente aprenderam que azul significava +1 e amarelo -1, por isso foram capazes de resolver o problema.

Além disso, as abelhas não são a única espécie não humana capaz de somar e diminuir. Outros estudos indicaram que alguns primatas, pássaros e inclusive aranhas têm esta capacidade.

Acompanhe tudo sobre:AnimaisAnimais em extinçãoPesquisas científicas

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora