Ciência

Conheça a vacina da Janssen, que chegou ao Brasil nesta semana

País já conta com 4,8 milhões de doses do imunizante, sendo 3 milhões doadas pelo governo americano

 (Eric Seals/Reuters)

(Eric Seals/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 26 de junho de 2021 às 20h45.

A chegada da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson (J&J), promete acelerar o combate à pandemia do coronavírus no país, já que a imunização é feita em apenas uma dose, diferentemente de suas concorrentes, que necessitam da aplicação de um reforço.

Há 4,8 milhões de doses da vacina no país — 1,8 milhão foram adquiridos pelo Ministério da Saúde e 3 milhões foram doados pelos Estados Unidos, sem relação com o consórcio Covax Facility. O segundo e último lote enviado pelo governo americano, com 942 mil doses, chegou na manhã deste sábado no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.

O uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 31 de março. De acordo com a farmacêutica, a vacina tem 66,9% de eficácia para casos leves e moderados e 76,7​% de eficácia para casos graves após 14 dias da aplicação.

Indicada para pessoas acima de 18 anos, a vacina é baseada em vetores de adenovírus sorotipo 26 (Ad26). A companhia destaca que os adenovírus são um tipo de vírus que causam o resfriado comum – portanto, são bons transportadores em seres humanos. Ao serem modificados para desenvolver a vacina, eles não se replicam e não causam resfriado:

"Quando a pessoa recebe a vacina composta do adenovírus não replicante que carrega a informação genética do novo coronavírus, o corpo inicia um processo de defesa e produz anticorpos contra aquele invasor", explica a empresa, em seu site. "A resposta imunológica produzida por esse processo cria então uma memória no corpo contra o coronavírus e ensina o próprio corpo a reconhecer e atacar o vírus quando a pessoa entrar em contato com ele".

A tecnologia também é empregada em outras vacinas experimentais, como a da AstraZeneca/Universidade de Oxford — que utiliza adenovírus encontrado em chimpanzé — e a Sputnik V, da Rússia, que combina dois adenovírus de humanos.

O imunizante pode ser armazenado em uma geladeira comum, em uma temperatura entre 2 e 8 graus Celsius. Assim como a agência americana de Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), a Anvisa autorizou recentemente o aumento do prazo de validade do imunizante de três meses para quatro meses e meio, dando mais tempo para que estados e municípios organizem sua aplicação.

O contrato assinado pelo governo estabelece a entrega de 38 milhões de vacinas até o final do ano.

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