Cientistas identificam variante genética ligada à impotência sexual
Homens que têm uma cópia desta variante têm um risco 26% maior de apresentar impotência sexual
AFP
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 18h58.
Pesquisadores identificaram uma variante genética que é parcialmente responsável pela disfunção erétil, uma descoberta que poderia ajudar a melhorar o tratamento, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira, 8.
Os homens que têm uma cópia desta variante têm um risco 26% maior de apresentar impotência sexual em comparação com a população média, de acordo com o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Aqueles com duas cópias da variante enfrentam um risco 59% maior, de acordo com o geneticista Eric Jorgenson, principal autor do estudo.
Os resultados foram baseados em um banco de dados de 36.649 pacientes do consórcio de saúde Kaiser Permanente, no norte da Califórnia.
O risco médio da população é de um em cada cinco homens, de acordo com um estudo de 2007 nos Estados Unidos , mas a proporção aumenta acentuadamente com a idade.
Cerca de um terço do risco de disfunção erétil está ligado a fatores genéticos. De acordo com o novo estudo, a variante genética que Jorgenson e seus colegas identificaram representa, sozinha, 2% do risco.
Obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares têm componentes genéticos e também estão ligados à impotência sexual.
"Sabemos que existem outros fatores para disfunção erétil, incluindo tabagismo, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, e os homens que tratam esses fatores podem reduzir o risco de disfunção erétil", disse Jorgenson.
"Como a região que identificamos no genoma humano parece agir independentemente desses fatores de risco, o desenvolvimento de novos tratamentos que mirem na variação dessa localização genética tem o potencial de ajudar os homens que não respondem aos tratamentos atuais".
Ele observou que cerca de 50% dos homens não respondem aos tratamentos de disfunção erétil atualmente disponíveis.
Os resultados do estudo foram validados pela análise de um segundo banco de dados na Grã-Bretanha.