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"Ciência Prática" reúne dicas para pesquisadores

Sugestões sobre como estruturar artigos, responder a críticas de revisores e como se candidatar a bolsas em universidades norte-americanas estão em site de professor

Giz, apagador e lousa: Entre os principais erros cometidos na redação de artigos científicos, o físico destaca os problemas com a língua inglesa (Stock.Xchange)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2012 às 15h21.

São Paulo – Após anos trabalhando como revisor de revistas científicas, muitas vezes tendo de corrigir erros semelhantes, o físico Eduardo Yukihara decidiu criar o blog Ciência Prática. Além de reunir dicas sobre como estruturar artigos, formatar gráficos e responder às críticas do revisor, o site se propõe a disseminar todo tipo de informação que possa ser útil no dia a dia de quem faz ciência.

Entre os temas já abordados estão como se comportar em uma entrevista de emprego nos Estados Unidos, como se candidatar a bolsas de pós-graduação em universidades norte-americanas, como preparar um pôster e aumentar o impacto das apresentações orais em conferências e até como estruturar o currículo.

Doutor em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e ex-bolsista da FAPESP, Yukihara trabalha como professor associado na Oklahoma State University desde 2004.

Também é membro do conselho editorial da revista Radiation Measurements e faz revisão de manuscritos regularmente para mais de 15 revistas científicas, incluindo Physical Review B, Medical Physics, Radiation Measurements, Nuclear Instruments and Methods in Physics Research, Journal of Luminescence e Physics in Medicine and Biology.

“Como revisor, percebi que os problemas eram recorrentes. Estava sempre repetindo a mesma dica. Então, decidi criar um serviço que os estudantes pudessem acessar gratuitamente”, contou Yukihara à Agência FAPESP.

Entre os principais erros cometidos na redação de artigos científicos, o físico destaca os problemas com a língua inglesa, gráficos mal preparados, incerteza nos dados e afirmações que não deixam claro se são baseadas nos resultados da pesquisa ou em pura especulação.


“Muitos também não sabem como organizar o texto. O que colocar na introdução, na metodologia, na conclusão”, disse. Além de falar sobre redação científica, o blog tem como objetivo tratar de temas que fazem parte da atividade acadêmica, mas não estão incluídos no currículo formal das universidades.

“No Brasil, ensinam muito bem ciência, tanto teoria como técnica. Mas são necessárias outras habilidades para ter sucesso na carreira acadêmica, como saber gerenciar um time e um projeto, inclusive a parte financeira. Isso não está escrito em lugar nenhum. É preciso trabalhar em vários lugares para aprender”, destacou.

O blog foi criado em fevereiro de 2011 e, no primeiro mês, registrou 75 visitas. Atualmente, são cerca de 2,3 mil acessos mensais. “Este primeiro ano foi uma experiência, para saber se a ideia poderia interessar alguém, e há indícios de que realmente tem sido útil”, avaliou Yukihara.

Mas o professor ressalta que sua experiência é limitada e, para que as dicas sejam úteis não apenas para os estudantes de física, seria interessante contar com a participação de colaboradores de diversas áreas do conhecimento.

“A professora Emico Okuno, do Instituto de Física da USP, colabora com a revisão dos textos e já escreveu um artigo para o blog. Mas os leitores precisam participar mais. A ideia não é ser um canal de uma via só”, afirmou.

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São Paulo – Após anos trabalhando como revisor de revistas científicas, muitas vezes tendo de corrigir erros semelhantes, o físico Eduardo Yukihara decidiu criar o blog Ciência Prática. Além de reunir dicas sobre como estruturar artigos, formatar gráficos e responder às críticas do revisor, o site se propõe a disseminar todo tipo de informação que possa ser útil no dia a dia de quem faz ciência.

Entre os temas já abordados estão como se comportar em uma entrevista de emprego nos Estados Unidos, como se candidatar a bolsas de pós-graduação em universidades norte-americanas, como preparar um pôster e aumentar o impacto das apresentações orais em conferências e até como estruturar o currículo.

Doutor em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e ex-bolsista da FAPESP, Yukihara trabalha como professor associado na Oklahoma State University desde 2004.

Também é membro do conselho editorial da revista Radiation Measurements e faz revisão de manuscritos regularmente para mais de 15 revistas científicas, incluindo Physical Review B, Medical Physics, Radiation Measurements, Nuclear Instruments and Methods in Physics Research, Journal of Luminescence e Physics in Medicine and Biology.

“Como revisor, percebi que os problemas eram recorrentes. Estava sempre repetindo a mesma dica. Então, decidi criar um serviço que os estudantes pudessem acessar gratuitamente”, contou Yukihara à Agência FAPESP.

Entre os principais erros cometidos na redação de artigos científicos, o físico destaca os problemas com a língua inglesa, gráficos mal preparados, incerteza nos dados e afirmações que não deixam claro se são baseadas nos resultados da pesquisa ou em pura especulação.


“Muitos também não sabem como organizar o texto. O que colocar na introdução, na metodologia, na conclusão”, disse. Além de falar sobre redação científica, o blog tem como objetivo tratar de temas que fazem parte da atividade acadêmica, mas não estão incluídos no currículo formal das universidades.

“No Brasil, ensinam muito bem ciência, tanto teoria como técnica. Mas são necessárias outras habilidades para ter sucesso na carreira acadêmica, como saber gerenciar um time e um projeto, inclusive a parte financeira. Isso não está escrito em lugar nenhum. É preciso trabalhar em vários lugares para aprender”, destacou.

O blog foi criado em fevereiro de 2011 e, no primeiro mês, registrou 75 visitas. Atualmente, são cerca de 2,3 mil acessos mensais. “Este primeiro ano foi uma experiência, para saber se a ideia poderia interessar alguém, e há indícios de que realmente tem sido útil”, avaliou Yukihara.

Mas o professor ressalta que sua experiência é limitada e, para que as dicas sejam úteis não apenas para os estudantes de física, seria interessante contar com a participação de colaboradores de diversas áreas do conhecimento.

“A professora Emico Okuno, do Instituto de Física da USP, colabora com a revisão dos textos e já escreveu um artigo para o blog. Mas os leitores precisam participar mais. A ideia não é ser um canal de uma via só”, afirmou.

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