(Reuters/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2017 às 17h43.
Última atualização em 27 de março de 2017 às 10h55.
São poucos os animais que usam ferramentas naturalmente: nós, os macacos, alguns pássaros e as lontras – tão espertas que carregam por aí, em uma bolsa natural, uma pedra usada para abrir as conchas de moluscos. Mas isso não significa que outras espécies não possam aprender bons truques.
Uma simpática abelha de laboratório britânica aprendeu a rolar uma bolinha de gude até ela cair em um orifício. Quando a missão era cumprida, uma engenhoca criada pelos cientistas liberava açúcar. Ao notar o almoço grátis, a pioneira tratou de ensinar o truque às colegas, que passaram a empurrar suas próprias bolinhas sem estímulo prévio – conscientes de que a ação acabaria em sobremesa.
Para confirmar que a ação não era só imitação, os pesquisadores da Universidade Queen Mary, em Londres, criaram duas situações diferentes: em uma, várias bolinhas são distribuídas em torno do orifício, mas as que estão mais próximas da meta ficam coladas no chão. Na outra, não há cola, e as abelhas podem optar por rolar as bolas mais fáceis. Não deu outra: os insetos optaram pelas bolas próximas sempre que possível, mas aceitaram rolar as distantes quando era a única alternativa.
Em outro teste, as bolas, antes amarelas, foram trocadas por pretas. A mudança de cor também não abalou os bichinhos, que perceberam na hora que os objetos continuavam tendo a mesma função. “As abelhas não se limitam a copiar o comportamento da primeira, mas aumentam a eficiência da ação usando o caminho mais curto”, afirma o artigo científico.
Para ensinar a ação à primeira cobaia, os pesquisadores usaram uma abelha de mentira, presa na ponta de um palito. As outras fases do experimento ocorreram basicamente sem estímulo externo, só com a observação do comportamento de outros espécimes já cientes do truque. Prova de que, sob pressão do ambiente, animais aparentemente simples podem desenvolver comportamentos complexos com muita facilidade.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Superinteressante.