Looks de festa ao casual, o novo modelo de negócios da Dress & Go
Com venda e aluguel de peças através do Reloved, novo braço da empresa, Bárbara Almeida e Mariana Penazzo pretendem lucrar R$ 10 milhões em 2021 através da economia circular
Julia Storch
Publicado em 19 de março de 2021 às 17h17.
Última atualização em 19 de março de 2021 às 17h34.
A história da Dress & Go começou em 2013, quando o tema da economia circular ainda não era uma pauta efervescente no universo da moda. Garimpando vestidos de grife recém-lançados, a dupla Bárbara Almeida e Mariana Penazzo começou o site de aluguel das peças com 1 milhão de reais investidos. O tempo passou, a marca cresceu e mudanças no portfólio vieram. Em entrevista exclusiva à Casual, Almeida conta sobre o novo braço do site, o Reloved, lançado hoje, 19.
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Em um mundo passado, em que era possível frequentar casamentos, festas de formatura, batizados e qualquer outro evento físico, a Dress & Go era uma aliada no aluguel de vestidos elegantes. Em 2018, a marca havia lançado o Share, uma plataforma dentro do site, em que clientes podiam disponibilizar seus vestidos para aluguel, impulsionando ainda mais a marca, e, é claro, movimentando a economia circular. “Lançamos o Share com a intenção de estimular ainda mais o consumo responsável e, assim, reduzir os impactos ambientais gerados pela indústria têxtil, que é a segunda mais poluente do mundo ”, comenta Mariana.
Além disso, o projeto trouxe benefícios para as clientes que costumam utilizar apenas 30% das peças no guarda-roupa. “O share aumentou o engajamento das clientes e também aumentou a recorrência delas nos aluguéis, já que com o capital recebido através do aluguel das peças, elas recebem um incremento de até 40% para alugar um vestido no site”, conta Bárbara.
Com aluguéis apenas para os finais de semana, a dupla pretendia expandir os negócios também para os dias úteis com peças para o dia a dia. “No fim de 2019, estávamos prontas para essa próxima etapa. Com a pandemia e o fim das festas tivemos de nos reinventar”, comenta Bárbara sobre o lançamento de um marketplace como escapatória da crise. Com grande fluxo de clientes ativas na plataforma (são mais de 20.000 entre os mais de 200.000 cadastros no site), e uma parceria de anos com diversas marcas, a dupla resolveu se voltar para as pequenas empresas, para ajudá-las nas vendas. Segundo Almeida, a Dress & Go ficou com 10% sobre as vendas.
Em menos de um ano, foram cadastradas mais de 100 marcas e 15.000 produtos. “No fim, foi muito legal porque geramos engajamento, trouxemos outros públicos para o site”, comenta a empresária sobre o modelo que trouxe outras visões para a empresa. Através do Reloved é possível alugar, comprar ou revender uma saia, uma blusa ou calça, selecionados pela equipe da Dress & Go. Para uma experiência omnichannel, a Dress & Go possui um showroom no Itaim Bibi, em São Paulo, aliando físico e digital.
Com o convite inicial para 50 pessoas, entre amigos e familiares desapegarem roupas esquecidas nos armários, a dupla recebeu mais de 2.000 peças. Uma surpresa para as empresárias no volume recebido e no potencial de sucesso do projeto. “Algumas pessoas mandaram três malas cheias de roupas, o que deve ter sido um alívio de tirar tudo do armário”, conta rindo.
Porém, nem todas as peças são escolhidas para o portfólio do site. A equipe da marca faz uma vistoria nos itens, ajusta algum defeito, como botão caído ou barra descosturada, fotografa as peças com looks montados, e enfim sobe no site. Para Bárbara, este é o diferencial da marca entre outros brechós online.
O Reloved pretende trazer marcas parceiras e capturar os clientes fiéis destas marcas para revender as peças que não usam mais. A vantagem é que a cada peça revendida o cliente terá um desconto na loja em que adquiriu a peça.
Além de liberar espaço físico no guarda-roupa, é possível lucrar até cinco vezes o valor da peça com o aluguel. Na venda, a dona da peça fica com 60% do lucro, já no aluguel com 30%. “A ideia desse projeto é de revenda, mas não do modo tradicional, porque as peças mais caras poderão ser alugadas antes da compra”, explica Bárbara. Como Reloved, a dupla projeta lucrar 10 milhões de reais.
Com a visão de um mundo com guarda-roupas enxutos, a dupla pretende ainda lançar um modelo de assinaturas. Previsto para quando atingirem 30.000 peças cadastradas, no final do segundo semestre, clientes poderão pagar um preço fixo mensal e receber em casa peças para ser utilizadas ao longo do mês. “Em breve, este modelo vai fazer parte da rotina das pessoas”, finaliza.