Emprego: não vamos idealizar demais as empresas
Ao procurar o emprego ideal, é importante conhecer bem o empregador e saber se a empresa é compatível com os seus talentos
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 12h54.
São Paulo - Nos últimos três anos, em um cenário de emprego favorável ao trabalhador, a satisfação na empresa tornou-se a principal exigência. Até 2009, a preferência dos candidatos era pelo aprendizado, pela sensação de que conhecimento e oportunidade de ascensão na carreira andavam juntos.
Mas, desde 2010, as coisas começaram a mudar. Atualmente, 42% das pessoas passaram a buscar satisfação no que fazem e com seu dia a dia corporativo, segundo estudo realizada pelo professor André Fischer, consultor e pesquisador da Fundação Instituto de Administração (FIA), com base na pesquisa do Guia VOCÊ S/A-EXAME – As Melhores Empresas para Você Trabalhar.
Na maioria das vezes, essa satisfação corresponde a atender a expectativas, realizar tarefas relevantes, encontrar colegas abertos e confiáveis e práticas de gestão impecáveis.
Poucos se preparam, no entanto, para conhecer a fundo a companhia que lhes oferece uma oportunidade e para avaliar se ela se encaixa em seu perfil. Antes de escolher o patrão é preciso conhecer a si mesmo e saber quais são os fatores de motivação pessoal.
"Assim, é possível saber qual é seu diferencial e como poderá contribuir para agregar valor ao trabalho", diz Raphael Araújo, de 33 anos, coordenador de RH da Maersk, empresa de logística de São Paulo.
No segundo momento, o candidato precisa conhecer a política de carreira da organização e avaliar se ela está de acordo com o seu plano de carreira. Além disso, é bom verificar o perfil dos colegas com quem vai trabalhar, conversando com ex-funcionários ou com pessoas que ainda trabalhem lá.
Outro tópico importante é se informar sobre a rotina da vaga pretendida, para não se frustrar, pois o mesmo cargo pode ter atividades diferentes de uma companhia para outra. "Às vezes, você está buscando uma empresa que quer muito, mas não é uma vaga que tem a ver com seu perfil", diz Aline Velha, de 28 anos, recém-contratada para a vaga de gerente de marketing online do Groupon, site de compras coletivas, de São Paulo.
"Antes de fechar o contrato, eu olho o que a organização oferece em termos de desenvolvimento, o respaldo que ela tem no mercado, e procuro conhecer as pessoas com quem vou trabalhar." As empresas também selecionam seus novos funcionários com base no alinhamento de seus valores pessoais em relação aos da companhia.
"Essa é uma forma interessante de mapear o grau de identidade do novo funcionário com o 'jeitão de ser' da empresa para a qual ele está se candidatando", diz Caio Brizolla, diretor executivo da Marcondes Consultoria, de São Paulo.
Expectativas irreais
O principal cuidado é não idealizar muito, manter os pés no chão e não esperar que a corporação atenda a todas as suas expectativas. É sempre bom lembrar que nem todas elas serão satisfeitas.
Apesar de o profissional ter uma determinada imagem da companhia baseado no que leu, ouviu de amigos ou de pessoas que trabalharam lá, ou ainda do que disse o futuro chefe na entrevista de emprego, a imagem que ele cria, quando confrontada com a realidade do dia a dia, será às vezes correspondida e às vezes não.
É importante ter clareza em seus objetivos. "Escolhi uma empresa que me ofereceu qualidade de vida", diz Carlos Santos, contratado em janeiro como controller do laboratório CSL Behring. Na hora de escolher uma empresa, o profissional deve levar em conta que algum grau de decepção sempre vai haver quando ele ingressar no trabalho.
Essa é, até mesmo, uma questão importante entre os executivos de RH: como gerenciar funcionários cada vez mais exigentes. De acordo com o professor André Fischer, da FIA, nos próximos anos a reversão de expectativas erradas será uma tarefa importante na gestão de pessoas.
Mas o funcionário também tem uma responsabilidade nessa questão, administrando suas expectativas. Se souber lidar bem com essa dinâmica, ele terá melhores condições de avaliar seus pontos fortes e entender se a companhia realmente pode oferecer algo importante para a sua carreira.
São Paulo - Nos últimos três anos, em um cenário de emprego favorável ao trabalhador, a satisfação na empresa tornou-se a principal exigência. Até 2009, a preferência dos candidatos era pelo aprendizado, pela sensação de que conhecimento e oportunidade de ascensão na carreira andavam juntos.
Mas, desde 2010, as coisas começaram a mudar. Atualmente, 42% das pessoas passaram a buscar satisfação no que fazem e com seu dia a dia corporativo, segundo estudo realizada pelo professor André Fischer, consultor e pesquisador da Fundação Instituto de Administração (FIA), com base na pesquisa do Guia VOCÊ S/A-EXAME – As Melhores Empresas para Você Trabalhar.
Na maioria das vezes, essa satisfação corresponde a atender a expectativas, realizar tarefas relevantes, encontrar colegas abertos e confiáveis e práticas de gestão impecáveis.
Poucos se preparam, no entanto, para conhecer a fundo a companhia que lhes oferece uma oportunidade e para avaliar se ela se encaixa em seu perfil. Antes de escolher o patrão é preciso conhecer a si mesmo e saber quais são os fatores de motivação pessoal.
"Assim, é possível saber qual é seu diferencial e como poderá contribuir para agregar valor ao trabalho", diz Raphael Araújo, de 33 anos, coordenador de RH da Maersk, empresa de logística de São Paulo.
No segundo momento, o candidato precisa conhecer a política de carreira da organização e avaliar se ela está de acordo com o seu plano de carreira. Além disso, é bom verificar o perfil dos colegas com quem vai trabalhar, conversando com ex-funcionários ou com pessoas que ainda trabalhem lá.
Outro tópico importante é se informar sobre a rotina da vaga pretendida, para não se frustrar, pois o mesmo cargo pode ter atividades diferentes de uma companhia para outra. "Às vezes, você está buscando uma empresa que quer muito, mas não é uma vaga que tem a ver com seu perfil", diz Aline Velha, de 28 anos, recém-contratada para a vaga de gerente de marketing online do Groupon, site de compras coletivas, de São Paulo.
"Antes de fechar o contrato, eu olho o que a organização oferece em termos de desenvolvimento, o respaldo que ela tem no mercado, e procuro conhecer as pessoas com quem vou trabalhar." As empresas também selecionam seus novos funcionários com base no alinhamento de seus valores pessoais em relação aos da companhia.
"Essa é uma forma interessante de mapear o grau de identidade do novo funcionário com o 'jeitão de ser' da empresa para a qual ele está se candidatando", diz Caio Brizolla, diretor executivo da Marcondes Consultoria, de São Paulo.
Expectativas irreais
O principal cuidado é não idealizar muito, manter os pés no chão e não esperar que a corporação atenda a todas as suas expectativas. É sempre bom lembrar que nem todas elas serão satisfeitas.
Apesar de o profissional ter uma determinada imagem da companhia baseado no que leu, ouviu de amigos ou de pessoas que trabalharam lá, ou ainda do que disse o futuro chefe na entrevista de emprego, a imagem que ele cria, quando confrontada com a realidade do dia a dia, será às vezes correspondida e às vezes não.
É importante ter clareza em seus objetivos. "Escolhi uma empresa que me ofereceu qualidade de vida", diz Carlos Santos, contratado em janeiro como controller do laboratório CSL Behring. Na hora de escolher uma empresa, o profissional deve levar em conta que algum grau de decepção sempre vai haver quando ele ingressar no trabalho.
Essa é, até mesmo, uma questão importante entre os executivos de RH: como gerenciar funcionários cada vez mais exigentes. De acordo com o professor André Fischer, da FIA, nos próximos anos a reversão de expectativas erradas será uma tarefa importante na gestão de pessoas.
Mas o funcionário também tem uma responsabilidade nessa questão, administrando suas expectativas. Se souber lidar bem com essa dinâmica, ele terá melhores condições de avaliar seus pontos fortes e entender se a companhia realmente pode oferecer algo importante para a sua carreira.