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Quais são as armadilhas da cultura de inovação? Veja como se preparar

Muitos acreditam que uma empresa inovadora é aquela que possui ambientes coloridos e salas de jogos. Será que isso é verdade?

Piscina de bolinhas:empresa inova em ações para deixar os funcionários felizes (vitapix/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 12h00.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2020 às 12h00.

Robótica, inteligência artificial, realidade aumentada, big data, nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética e a chamada internet das coisas, onde cada vez mais dispositivos, equipamentos e objetos são conectados uns aos outros por meio da internet.

Parece até a sinopse de um filme de ficção futurista, mas é a realidade do conjunto de tecnologias já presentes no mercado e que estão transformando nossa forma de trabalhar e de pensar em inovação.

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Diante de tantas novidades, a agilidade, a inovação e a criatividade são valores essenciais às empresas que precisam se manter competitivas em um mercado acelerado e disruptivo. Para isso, muitas organizações têm voltado seus olhares para a cultura da inovação.

Muitos acreditam que uma empresa inovadora é aquela que possui ambientes coloridos, salas de jogos e colaboradores com penteados e roupas excêntricas. Pode ser? Claro, mas é muito mais que isso e é importante que você, enquanto profissional, esteja preparado para dualidade desse cenário.

Inúmeras pesquisas comportamentais dentro das empresas têm revelado o quanto os colaboradores precisam e esperam por ambientes mais colaborativos, abertos ao erro, com menos centralização de poder e mais flexibilidade.

Na outra ponta, diante a esse novo cenário tecnológico, as empresas necessitam de colaboradores mais criativos, intraempreendedores e pró-ativos. Ou seja, ambas as partes, precisam e desejam mudanças. Mas cada novo passo gera uma consequência, ou, no caso, novas responsabilidades. Entenda:

Quando os profissionais pedem por uma cultura organizacional mais colaborativa e menos centralizada, entende-se que buscam por liberdade criativa. De fato, é necessário haver cada vez mais espaço para novas ideias e experimentos. Porém, a liberdade está intrinsecamente ligada à responsabilidade.

Quando você executa um projeto inovador e ele não funciona, quem paga essa conta? E, dentro do coletivo, se você pode errar usando o dinheiro da companhia, seus colegas de trabalho também podem ter a mesma oportunidade e, então, como manter a empresa economicamente saudável? Cada novo projeto deve vir baseado em muito pensamento crítico – uma das habilidades do futuro – e permeado por muita auto responsabilidade e engajamento.

Também vem sendo requisitado às empresas que os erros não sejam punidos. Isso faz sentido para criar um ambiente de confiança, que colabora – e muito – com a criatividade. Mas, precisa estar claro que um erro é produtivo apenas quando se é possível aprender com ele e com esse aprendizado chegar à solução correta.

Logo, é importante ter clareza de que liberdade criativa não é uma brincadeira e não deve ser movida por desejos impulsivos. Para isso, o profissional precisa se manter em aprendizagem contínua e ter o “senso de dono” da empresa, chamado de perfil intraempreendedor.

Levando em consideração que o sucesso da empresa influencia na contratação de novos colaboradores que movimentam a economia global e, sabendo que, o contrário impacta em demissões. Então, para ser criativo deve haver esse senso de coletivo, saber que suas ideias e o sucesso ou fracasso delas podem impactar toda a empresa.

Outro ponto que vem sendo muito pedido pelos profissionais é a da descentralização de poder, por ambientes mais horizontais. Novamente a auto responsabilidade é a base do sucesso.

Você está preparado para manter a qualidade das suas entregas sem um gestor te cobrando a todo o momento? O quanto você se mantém estimulado e comprometido com sua evolução profissional e com os resultados da organização?

Para viver um ambiente mais nivelado você terá que ser o seu próprio gestor em muitos momentos e isso exige muita disciplina, confiança e olhar atento às necessidades da empresa.

E por último, a humanização, a empatia e a diversidade têm sido pontos muito citados sobre as necessidades dos colaboradores. Eu sou uma super defensora desses temas, mas ele também traz suas armadilhas.

Os colaboradores desejam ambientes onde possam se expressar e trazer suas opiniões. Todo mundo quer falar e ser ouvido, é um direito nosso. Mas e na hora de escutar? Você consegue lidar com a franqueza com a mesma facilidade que tem ao se expressar? Aqui a autogestão emocional é o segredo. Entender que levar feedbacks para o pessoal é garantia certa de fazer esse modelo de comportamento dentro das empresas dar muito errado.

Autoconhecimento e desenvolvimento de inteligência emocional são essenciais para conseguir viver essa nova cultura. Vale a reflexão de que que ser sempre agradável pode se transformar em uma prisão moral também.

Não falo sobre faltar com respeito, de forma alguma. Mas, acreditar que empatia e a humanização tem haver com todos estarem sempre satisfeitos com uma solução é perigoso para o sucesso da empresa.

No mais, paciência! Todos teremos que ter muita paciência com esse período de transição. Para as empresas que estão se remodelando, é tudo novo, erros e acertos acontecerão e os colaboradores têm que compreender que estamos em transição e, claro, darem seus feedbacks e ajudarem a co-construir modelos que atendam à todas as necessidades. Mas, leva tempo e vamos ter que descobrir juntos, empresas e profissionais, quais são as melhores práticas dentro de cada companhia.

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