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Presença de estagiários negros no mercado de trabalho cresce 520% em 7 anos

Apesar do avanço, os dados mostram que o acesso ao ensino de excelência e ao domínio de idiomas como o inglês ainda é limitado

O mapeamento reflete avanços significativos, mas também evidencia a necessidade de um esforço conjunto entre governos e empresas para superar barreiras históricas (FG Trade/Getty Images)

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 10h52.

Um levantamento inédito da Companhia de Estágios destaca o crescimento de 520% na contratação de estagiários negros no Brasil entre 2018 e outubro de 2024. Segundo o estudo “Mapeamento dos Estagiários Negros no Brasil 2024”, mais de 3.200 jovens negros foram contratados nesse período, e a expectativa é alcançar o marco de 3.500 até dezembro deste ano.

Apesar do avanço, os dados mostram que o acesso ao ensino de excelência e ao domínio de idiomas como o inglês ainda é limitado. Apenas 11% dos estagiários negros contratados possuem fluência avançada no idioma, em comparação a 28% dos brancos.

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"As empresas têm flexibilizado o requisito de idioma ao longo dos anos, mas a qualificação técnica é indispensável para crescer e enfrentar novos desafios", diz Tiago Mavichian, CEO da Companhia de Estágios.

Desigualdades persistem no ensino superior

O estudo também aponta que a maioria dos estagiários negros matriculados em universidades frequenta instituições privadas. Em 2024, 91% dos estudantes negros contratados estavam em universidades particulares, contra 81% dos brancos. Isso reflete tanto o crescimento da modalidade de ensino a distância quanto a diminuição de vagas em programas como o FIES.

"O ensino EAD, aliado à concorrência entre as universidades, reduziu os custos das mensalidades, permitindo maior acesso a cursos de graduação", afirma Mavichian que reforça a importância de investimentos públicos na educação básica para que mais jovens tenham condições de ingressar no ensino superior de uma forma mais preparado.

Tendências e novas demandas no mercado de trabalho

A pesquisa revela que 66% dos estagiários negros em 2024 ingressaram em suas posições sem experiência prévia, um aumento significativo em relação a 2018, quando essa taxa era de apenas 23%. Além disso, áreas como Marketing e Comunicação (16,89%), Engenharia Civil (9,87%) e Comercial (7,24%) lideram a contratação de estagiários negros.

"É frustrante para o jovem estudar e não conseguir ingressar na sua área. Por isso, temos trabalhado para abrir mais vagas de estágio no Brasil, onde apenas 12,5% dos universitários estagiam", diz Mavichian.

O executivo também aponta que as empresas estão priorizando competências comportamentais e socioemocionais nos processos seletivos, uma mudança que visa ampliar a inclusão.

Avanços que inspiram, mas ainda há muito a conquistar

O mapeamento reflete avanços significativos, mas também evidencia a necessidade de um esforço conjunto entre governos e empresas para superar barreiras históricas. "As empresas precisam não apenas contratar, mas também desenvolver esses jovens. O desafio agora é dar chances para mais pessoas", diz Mavichian.

Para ver o estudo completo, acesse o site da Companhia de Estágios.

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