Os 7 pecados capitais de um estagiário
Quer aproveitar ao máximo a experiência do estágio? Evite estes 7 comportamentos
Claudia Gasparini
Publicado em 31 de março de 2016 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h17.
São Paulo - A figura do estagiário nas empresas é cercada por um imenso folclore. Quem nunca ouviu a piada de que ele só cumpre funções como “tirar xerox” ou "trazer o cafezinho"? Ou de que a culpa por qualquer erro cometido pela equipe pode ser atribuída a ele? Essas são só algumas das tiradas humorísticas mais comuns sobre os jovens no ambiente de trabalho. Mas, para além das brincadeiras, o fato é que o estágio cumpre uma função muito valiosa para a carreira de qualquer pessoa. De acordo com Felipe Maluf, sócio da YCoach, empresa especializada em coaching para jovens, a experiência serve como um importante laboratório para a vida profissional. “Você vai poder errar, até uma certa medida, por ser estagiário”, diz ele. “Ao mesmo tempo, terá a oportunidade de ver como funciona o mercado de trabalho e como se articulam as relações de poder numa organização”. Greta Munhoz, gerente da consultoria Companhia de Estágios, diz que um estágio bem aproveitado é aquele em que o estudante tem o máximo de contato possível com diferentes departamentos e projetos de uma empresa. Quanto maior essa exposição, continua ela, mais fácil será testar sua própria satisfação com sua escolha de curso universitário - e direcionar a sua carreira para a área com a qual você descobriu ter mais afinidade. Desperdiçar o potencial de aprendizado dessa fase é, portanto, um erro grave. O problema é que, por causa da remuneração e da carga horária reduzidas, alguns estudantes acreditam que o estágio é um vínculo menos importante do que um emprego registrado. Assim, diz Greta, muitos demonstram falta de compromisso com a empresa. Esquivar-se de um problema com desculpas como “Eu sou só o estagiário” é um tiro no pé. “Você não pode agir como se estivesse fora do barco, a não ser que não queira continuar no barco, isto é, ser efetivado”, afirma a psicóloga. Quer aproveitar ao máximo a sua experiência de estágio? Navegue pelos slides para ver 7 “pecados capitais” a evitar, segundo os especialistas consultados por EXAME.com.
Segundo a psicóloga Greta Munhoz, gerente da consultoria Companhia de Estágios, a acomodação é uma das piores posturas que um estagiário pode adotar no trabalho. “Ele não pode ficar sempre aguardando ordens, ou achando que a sua função é só operacional”, diz ela. “É importante que ele tome iniciativa às vezes, traga ideias, proponha mudanças, e não apenas responda ao que lhe é solicitado”.
O receio de parecer inexperiente ou despreparado nunca pode ser maior do que a curiosidade de aprender, diz Felipe Maluf, sócio da YCoach, empresa de coaching para jovens. É comum o medo de “incomodar” os superiores com questionamentos, mas em geral esse temor é infundado: a curiosidade costuma ser uma qualidade bem-vinda em um estagiário e é esperado que ele tenha dúvidas, justamente por estar chegando agora ao mercado de trabalho.
O mesmo acanhamento que impede muitos estagiários de expor suas dúvidas também leva ao empobrecimento da relação travada com seu superior. De acordo com Felipe, o gestor está ali justamente para desenvolver o jovem. Mesmo que pareça difícil, fazer um exercício de aproximação é fundamental - até porque saber construir um bom relacionamento com o chefe será importante para o resto da sua vida profissional.
Lembrar que você está numa posição iniciante na empresa também é fundamental para calibrar a sua postura diante da equipe. Segundo Greta, muitos jovens acham que “sabem tudo” sobre suas profissões, justamente por ainda estarem muito próximos dos livros da faculdade. Mas estar com a matéria fresca na cabeça não lhe dá permissão para ser arrogante. “Por mais confiante que se sinta sobre a teoria, ele precisa lembrar que está no estágio para aprender um pouco sobre a prática”, afirma a gerente da Companhia de Estágios.
Em função de sua idade e posição hierárquica, não é raro que o estagiário se sinta um “cidadão de segunda classe” em relação aos demais. Essa visão está totalmente equivocada, diz Greta. O jovem pode e deve participar de reuniões, almoços e até happy hours. O único cuidado necessário, segundo a especialista, é evitar rodas de conversa em que que haja excesso de fofocas, comentários maldosos ou brincadeiras que possam comprometer a sua imagem profissional perante a empresa.
Felipe diz que as gerações mais novas têm desenvolvido um apego com os celulares que se aproxima do vício. "Muitas empresas se queixam de estagiários que não conseguem parar de checar o aparelho durante o trabalho e até deixam de cumprir suas atividades por causa disso”, conta o sócio da YCoach. Acessar o smartphone no trabalho não é um problema em si, mas a relação com a tecnologia precisa ser saudável. Se não for, a sua experiência de estágio provavelmente sofrerá - assim como as suas chances de efetivação.
Todo estagiário será cobrado pelas suas entregas, mas as funções operacionais não podem ser sua única preocupação. De acordo com Felipe, o estagiário que se preocupa apenas em mostrar excelência técnica em suas tarefas perde a oportunidade de expor também as suas qualidades do ponto de vista comportamental - que são as mais críticas para uma potencial efetivação. “Vá além das tarefas, mostre talento e comprometimento também na sua atitude diante de problemas e na relação com seus colegas”, diz o especialista. “São essas as variáveis que a empresa levará em conta para decidir se deve apostar ou não em você”.
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