O que fazer quando o recrutador some e não dá notícias da vaga?
Com receio de demonstrar ansiedade, muitos profissionais ficam sem saber o que fazer quando o recrutador toma "chá de sumiço" e desaparece
Camila Pati
Publicado em 10 de maio de 2017 às 15h00.
Última atualização em 10 de maio de 2017 às 15h00.
São Paulo – Quem está procurando emprego sabe que não é raro quando o recrutador não dá resposta sobre um processo de seleção. Com receio de demonstrar ansiedade, muitos profissionais ficam sem saber o que fazer. Nesta semana, um leitor de EXAME.com enviou a seguinte mensagem para a redação:
Dois meses atrás, fui contatado por Whatsapp por uma empresa e em seguida recebi um telefonema do próprio supervisor da área a que meu trabalho interessava. Ele disse que estava separando meu currículo no RH da empresa e pediu para esperar um mês que o departamento entraria em contado. Já se foram dois meses desde o primeiro contato. Entro em contato com o supervisor da área que iniciou a conversa ou posso esquecer da vaga?
Segundo Renata Fillippi, headhunter da STATO, quando o entrevistador/recrutador dá um prazo e nada acontece, o candidato pode entrar em contato para saber se permanece dentro do processo ou se a vaga já foi fechada. “Nesse caso, após 35 dias, ele já poderia ter ligado para o supervisor”, diz.
De acordo com ela, não é bom deixar passar muito tempo desde o prazo dado para fazer o acompanhamento, ou follow up no jargão corporativo. Ela indica que o candidato procure sempre falar com a pessoa com quem conversou sobre a oportunidade e que faça o controle das datas.
“Sugerimos aos profissionais que estão mandando currículos e participando de processos seletivos que mantenham uma planilha atualizada com o nome da empresa, da pessoa com quem conversou, telefone, e-mail e data do último contato”, afirma.
Além de demonstrar interesse, o profissional que manda um e-mail ou liga para saber da vaga quando não recebe o contato na data indicada dá sinal de organização. “Não é prejudicial quando o acompanhamento é feito no tempo certo. Pelo contrário, é até bem visto”, diz.
Ao procurar o recrutador, diga quando conversaram pela última vez e pergunte se continua no processo. Se a vaga já tiver sido fechada, o candidato pode agradecer e dizer que segue à disposição para outras oportunidades que surgirem na empresa, se assim quiser. “Ele pode dizer claramente que trabalhar naquela empresa o interessa”, diz.
Se o recrutador não der prazo e sumir, mandar um e-mail entre duas e três semanas após o último contato pode ser uma boa ideia. “Não existe uma receita de bolo, o que vale é usar o bom senso. Fazer o acompanhamento do processo não significa ligar a cada três dias para saber se há alguma novidade”, diz.
Apostar na empatia e tentar se colocar no lugar do recrutador é uma boa alternativa para quem está na dúvida sobre o que fazer. Se você estivesse conduzindo uma seleção, o que iria considerar razoável?
Um bom jeito de balizar expectativas é perguntar após a conversa quanto tempo ele imagina que processo seletivo vai levar ou para quando está prevista a próxima etapa, de acordo com a headhunter.
A desorganização pode ser a razão por que o entrevistador não deu resposta alguma para o candidato e essa é uma falha dele, mas nem sempre a falta de contato acontece por isso. “No caso de consultorias, por exemplo, o headhunter pode apresentar os candidatos e o cliente sumir”, diz.
Em processos conduzidos diretamente pelo RH da empresa, a liderança pode decidir congelar o processo seletivo. Sem informações para dar, o feedback não chega.
No entanto, com motivos válidos ou não válidos, a regra do bom recrutador é sempre dar a resposta para todos os candidatos. “Todos devem receber feedback”, afirma. E, de preferência, o profissional deve saber o motivo pelo qual não seguiu no processo, quando ele é avisado de que não foi selecionado. “Essa é a recomendação”, diz.