Mulheres são competitivas o suficiente para ter bom salário?
Três professores argumentam que as mulheres ganham menos do que os homens porque são menos competitivas
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2015 às 18h26.
A disparidade salarial entre gêneros é um pouco como a mudança climática : talvez nunca deixemos de discutir se ela existe e porquê.
A mais recente contribuição para o debate foi apresentada por três professores que argumentam em um novo trabalho que as mulheres ganham menos do que os homens porque são menos competitivas.
As mulheres que se formaram na Booth School of Business, da Universidade de Chicago, começam ganhando US$ 26.000 a menos do que os homens e, com o tempo, optam por trabalhar em setores que pagam pouco, afirma a pesquisa, publicada neste mês no Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos por professores das universidades de Columbia, Northwestern e Chicago.
O que leva as mulheres a abandonarem os setores lucrativos? Elas não querem competir em um jogo de matemática.
Os pesquisadores pediram a mais de 400 calouros dos MBAs da Booth que participassem de um campeonato em que eles somariam vários números durante dois minutos e meio.
Eles poderiam escolher entre um pagamento imediato de US$ 4 por cada resposta certa ou uma possibilidade mais arriscada: US$ 16 por resposta certa, mas só se eles se saíssem melhor do que todos os outros participantes do grupo. Sessenta por cento dos homens optaram pela versão competitiva do jogo, na comparação com 33 por cento das mulheres.
Quando se formaram, em 2008, os participantes da pesquisa que tinham escolhido competir com os colegas acabaram ganhando US$ 21.000 a mais do que os que só quiseram receber pagamentos regulares pelas respostas certas.
Quando os pesquisadores retiraram “o gosto pela competitividade” da equação, 10 por cento da disparidade salarial entre homens e mulheres desapareceram.
O apetite das pessoas por uma boa disputa matemática também afetou suas escolhas de setores, concluíram os pesquisadores.
Os competitivos optaram inicialmente por consultoria e finanças, duas profissões muito lucrativas, e permaneceram nessas profissões mais do que seus colegas mais tímidos, que escolheram campos com salários inferiores.
Conclusões discrepantes
Isso significa que a razão pela qual as mulheres ganham menos tendo os mesmos diplomas é, basicamente, culpa delas? Pesquise “disparidade salarial de gênero” no Google e talvez você se convença de que a resposta é “sim”.
No entanto, essa conclusão geral não coincide com os dados que gastamos muito tempo analisando na Bloomberg.
Em outubro, publicamos os resultados de uma pesquisa realizada como parte do nosso ranking anual de faculdades de negócios, que analisou a grande diferença salarial entre homens e mulheres em faculdades de negócios de todo o mundo.
Usando uma amostra de 12.773 ex-alunos, concluímos que as mulheres começaram ganhando quase o mesmo que os homens, mas oito anos depois da formatura levavam para casa em média US$ 35.000 a menos.
Os homens de fato tendiam a convergir para profissões com os salários mais altos. Mas mesmo quando as mulheres iam para esses campos com salários muito altos, elas ganhavam menos.
No setor de finanças, por exemplo, uma mulher típica ganhava US$ 53.200 a menos que os homens.
Elas ganhavam menos independentemente do trabalho que tinham – mulheres no departamento de marketing de bancos ganhavam US$ 7.000 a menos que os homens. Mulheres no setor de investment banking tinham um salário líquido US$ 115.000 menor que seus colegas homens.
Ao que parece, mesmo quando as mulheres querem competir por cargos corporativos mais poderosos elas não ganham os salários mais gordos.
A disparidade salarial entre gêneros é um pouco como a mudança climática : talvez nunca deixemos de discutir se ela existe e porquê.
A mais recente contribuição para o debate foi apresentada por três professores que argumentam em um novo trabalho que as mulheres ganham menos do que os homens porque são menos competitivas.
As mulheres que se formaram na Booth School of Business, da Universidade de Chicago, começam ganhando US$ 26.000 a menos do que os homens e, com o tempo, optam por trabalhar em setores que pagam pouco, afirma a pesquisa, publicada neste mês no Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos por professores das universidades de Columbia, Northwestern e Chicago.
O que leva as mulheres a abandonarem os setores lucrativos? Elas não querem competir em um jogo de matemática.
Os pesquisadores pediram a mais de 400 calouros dos MBAs da Booth que participassem de um campeonato em que eles somariam vários números durante dois minutos e meio.
Eles poderiam escolher entre um pagamento imediato de US$ 4 por cada resposta certa ou uma possibilidade mais arriscada: US$ 16 por resposta certa, mas só se eles se saíssem melhor do que todos os outros participantes do grupo. Sessenta por cento dos homens optaram pela versão competitiva do jogo, na comparação com 33 por cento das mulheres.
Quando se formaram, em 2008, os participantes da pesquisa que tinham escolhido competir com os colegas acabaram ganhando US$ 21.000 a mais do que os que só quiseram receber pagamentos regulares pelas respostas certas.
Quando os pesquisadores retiraram “o gosto pela competitividade” da equação, 10 por cento da disparidade salarial entre homens e mulheres desapareceram.
O apetite das pessoas por uma boa disputa matemática também afetou suas escolhas de setores, concluíram os pesquisadores.
Os competitivos optaram inicialmente por consultoria e finanças, duas profissões muito lucrativas, e permaneceram nessas profissões mais do que seus colegas mais tímidos, que escolheram campos com salários inferiores.
Conclusões discrepantes
Isso significa que a razão pela qual as mulheres ganham menos tendo os mesmos diplomas é, basicamente, culpa delas? Pesquise “disparidade salarial de gênero” no Google e talvez você se convença de que a resposta é “sim”.
No entanto, essa conclusão geral não coincide com os dados que gastamos muito tempo analisando na Bloomberg.
Em outubro, publicamos os resultados de uma pesquisa realizada como parte do nosso ranking anual de faculdades de negócios, que analisou a grande diferença salarial entre homens e mulheres em faculdades de negócios de todo o mundo.
Usando uma amostra de 12.773 ex-alunos, concluímos que as mulheres começaram ganhando quase o mesmo que os homens, mas oito anos depois da formatura levavam para casa em média US$ 35.000 a menos.
Os homens de fato tendiam a convergir para profissões com os salários mais altos. Mas mesmo quando as mulheres iam para esses campos com salários muito altos, elas ganhavam menos.
No setor de finanças, por exemplo, uma mulher típica ganhava US$ 53.200 a menos que os homens.
Elas ganhavam menos independentemente do trabalho que tinham – mulheres no departamento de marketing de bancos ganhavam US$ 7.000 a menos que os homens. Mulheres no setor de investment banking tinham um salário líquido US$ 115.000 menor que seus colegas homens.
Ao que parece, mesmo quando as mulheres querem competir por cargos corporativos mais poderosos elas não ganham os salários mais gordos.