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Governo vai medir carência de mão de obra qualificada

Mdic deverá fazer um censo dos profissionais da área tecnológica em todo o país, mas ainda não há previsão para que os trabalhos se iniciem

Sugestão do censo veio do Confea

Sugestão do censo veio do Confea

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 09h20.

Brasília - Para medir a carência de mão de obra qualificada no Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) deverá fazer um censo dos profissionais da área tecnológica em todo o país. Ainda não há previsão para que os trabalhos se iniciem, mas fontes do ministério informaram à Agência Brasil que a ideia está em estudo.

A sugestão partiu do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). Na última terça-feira (25), o presidente do conselho, Marcos Túlio de Melo, e o secretário de Comércio e Serviços do Mdic, Humberto Ribeiro, discutiram a necessidade de realizar o levantamento.

De acordo com o presidente do Confea, o censo é essencial para que um apagão de mão de obra qualificada não comprometa o crescimento do país no médio e no longo prazo. “Essa seria apenas a primeira de uma série de medidas necessárias para evitar um gargalo no mercado de trabalho e nos investimentos em infraestrutura, como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo e a exploração do pré-sal”, ressalta.

Para Melo, o conhecimento da capacidade efetiva dos engenheiros e dos profissionais em tecnologia formados no país permitiria o desenvolvimento de políticas precisas para o setor. “Temos de saber onde esses profissionais estão, se trabalham nas áreas em que se formaram, têm domínio de língua estrangeira e estão dispostos a se habilitarem”, afirma. “O conhecimento desse potencial viabiliza políticas concretas para oferecer atualizações profissionais”.

Numa segunda etapa, explica Melo, o censo serviria de base para a criação de cursos de capacitação por universidades e grandes empresas. Ele, no entanto, admite que, no curto e no médio prazo, parte das vagas terá de ser ocupada por profissionais do exterior porque o país não terá como suprir as carências de imediato. “De 2006 para cá, dobrou o número de engenheiros formados no Brasil, mas essa mão de obra não é especializada. A demanda é qualitativa, não quantitativa”.

O presidente do Confea diz estar disposto a acordos que acelerem a entrada de mão de obra estrangeira, desde que haja reciprocidade e profissionais brasileiros possam trabalhar em empresas dos países desenvolvidos no futuro. “Se realmente houver necessidade de entrada de mão de obra estrangeiros, que eles atuem legalmente no país e sejam registrados nos conselhos profissionais, mas a Europa e os Estados Unidos precisam abrir o mercado de trabalho para nós quando se recuperarem da crise econômica”.

Segundo o Confea, o número de pedidos de registro de profissionais diplomados no exterior triplicou em 2010, de 115 processos anuais para cerca de 400. A fila de espera inclui engenheiros e arquitetos dos seguintes países: Estados Unidos, Espanha, Itália, Portugal, Inglaterra, Chile e Argentina.

A realização do censo envolverá a articulação de diversos setores do governo. Além do Mdic, que conduzirá os trabalhos, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) cuidará da certificação dos profissionais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desenvolverá a metodologia de pesquisa e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) contribuirá com estudos já realizados.

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