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Jovem conta como foi fazer pós na Alemanha sem falar alemão

A designer Natália Garcêz decidiu mudar radicalmente de rotina e foi fazer mestrado na Alemanha com bolsa

Alemanha: programa tem curso intensivo de alemão nos primeiros meses (Thinkstock/naruedom)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2016 às 19h00.

Em 2014, Natália Garcêz estava em um momento decisivo de sua vida: havia se formado em design há um ano e trabalhava desde o início da faculdade . Segundo ela, era um momento estressante, pois estava cansada da rotina e desacreditada do mercado de design em que estava vivendo.

A partir deste momento de reflexão, Natália percebeu que precisava tentar algo novo. Ela queria voltar a estudar, mas de forma mais focada. Chegou a olhar as opções de mestrado no Brasil mas, para se manter aqui, teria que repetir a rotina intensa de conciliar trabalho e estudo. Foi quando a começou a fazer pesquisas sobre as possibilidades de estudar no exterior. “Busquei uma bolsa de estudos para focar na minha prioridade: trabalhos acadêmicos, experimentais e pesquisa. Para mim, quanto maior a mudança na rotina, melhor seria”, conta.

Foi nesta busca que Natália encontrou o DAAD, órgão do governo que promove a educação superior alemã e oferece bolsas para estudar no país, que ela já admirava. Ela se candidatou online e foi aprovada. “Ao tomar a minha decisão de vir para cá, considerei a minha admiração pelo design alemão e busquei ficar próxima de Berlim”, cidade que é um pólo relevante deste mercado. Hoje, Natália está no segundo semestre do mestrado de Design em Dessau, cidade a uma hora e meia de Berlim.

Ela, que não falava alemão antes de ir, disse que aprendeu muito nos primeiros quatro meses de intercâmbio, quando o programa da bolsa oferece um curso intensivo no idioma. “Não vou dizer que é um mar de rosas estar em um país de língua tão complicada. Mas estar fora da sua zona de conforto é evoluir. E estar aqui é se sentir desconfortável 100% do tempo. É encantador estudar e morar com pessoas de outras partes do mundo, de culturas, expectativas e sonhos diferentes”.

Natália, que ao finalizar o mestrado pretende se arriscar no mercado de design alemão, conta que gostaria de trabalhar em agências voltadas para ações sociais ou ONGs. “Gostaria de absorver o máximo de conhecimento aqui para poder voltar para o Brasil com condições de aplicar meu aprendizado da forma que eu acredito ser valiosa para o país”.

Para quem deseja tentar a bolsa do DAAD, ela acredita que, além de um bom portfólio e currículo, uma carta de motivação honesta e que mostre o interesse do candidato é fundamental. “Quando eu consegui minha bolsa, creio que o que me destacou foi minha paixão pelo que faço, meu encanto por evoluir e minha necessidade de estar fora da minha zona de conforto”, conta.

* Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar

São Paulo - O mundo precisa desesperadamente de mão de obra qualificada. Um estudo do McKinsey Global Institute aponta que, em 2020, faltarão de 38 a 40 milhões de profissionais com ensino superior para atender às exigências do mercado de trabalho global. A demanda é especialmente intensa em alguns setores da economia, e em certos países. Mas quais são os melhores destinos para quem sonha com uma carreira internacional? Em parceria com a Universidade da Pennsylvania e a consultoria BAV, o site U.S. News listou 15 países que buscam mão de obra estrangeira e oferecem uma boa contrapartida para os novos ingressantes no mercado. O levantamento ouviu cerca de 6 mil pessoas com até 35 anos de idade a respeito de 7 atributos que caracterizam um ambiente favorável à imigração : oportunidades de trabalho, estabilidade econômica, abertura ao empreendedorismo, distribuição de renda, inovação, qualidade de vida e grau de desenvolvimento.   O resultado é uma lista dos 15 melhores destinos para começar uma carreira internacional na visão dos entrevistados, e inclui ambientes tão diferentes quanto China e Holanda. Com exclusividade para EXAME.com, Leonardo Freitas, sócio-diretor da Hayman-Woodward, empresa especializada no trânsito de pessoas físicas e jurídicas do Brasil, descreveu as melhores oportunidades de trabalho para estrangeiros nos países que entraram para o ranking. Navegue pelas imagens para ver o ranking e conhecer os setores mais aquecidos em cada mercado, bem como suas principais exigências.
  • 2. 1. China

    2 /17(Thinkstock/gyn9038)

  • Veja também

    Apesar de não esbanjar o mesmo vigor econômico do passado, o país continua no centro das atenções do mundo dos negócios e oferece boas oportunidades de estudo e de trabalho para estrangeiros. Segundo Leonardo Freitas, sócio-diretor da consultoria em expatriação Hayman-Woodward, há espaço para médicos, engenheiros da indústria automotiva, além de especialistas em desenvolvimento de vacinas, novos medicamentos e pesquisas laboratoriais. Inglês é obrigatório para qualquer estrangeiro, mas dominar o mandarim traz uma forte vantagem competitiva. Como as diferenças culturais com o Brasil são enormes, também é importante conhecer os costumes, a etiqueta profissional e a forma de fazer negócios dos locais.
  • 3. 2. Alemanha

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  • Embora falar inglês seja suficiente para se virar no país, ter conhecimentos de língua alemã ajuda a levar a sua carreira a novos patamares, afirma Freitas.  Os profissionais estrangeiros mais buscados são médicos, especialistas em biodiversidade, economistas, profissionais no mercado financeiro e executivos com experiência em economias voláteis.
  • 4. 3. Estados Unidos

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    Dallas, San José e Los Angeles são, atualmente, as cidades norte-americanas com mercado de trabalho mais promissor. De forma geral, há boas oportunidades no país para engenheiros, advogados, administradores, enfermeiros, médicos, fisioterapeutas e médicos veterinários. Segundo Freitas, o mercado de saúde como um todo tem se aquecido nos últimos anos no país. Apesar de algumas áreas oferecerem mais vagas do que outras, qualquer pessoa com mestrado ou doutorado pode ter chances de sucesso em terras ianques, diz o especialista. É preciso ter algumas características para concorrer: além do domínio completo do inglês, é preciso ter pelo menos 10 anos de profissão e um perfil empreendedor, proativo e flexível quanto às diferenças culturais. Veja mais segredos para ter uma carreira de sucesso nos Estados Unidos.
  • 5. 4. Reino Unido

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    O mercado de trabalho britânico dá chances a profissionais estrangeiros que efetivamente dominam a língua inglesa, inclusive a linguagem técnica da sua área. As principais oportunidades, de acordo com Freitas, são para especialistas em áreas como hotelaria, turismo e gastronomia. Também há espaço para executivos que trabalham em bancos e no mercado financeiro em geral.
  • 6. 5. Canadá

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    Assim como nos Estados Unidos, as melhores oportunidades são oferecidas para quem tem mestrado ou doutorado, é fluente em inglês e acumula pelo menos 10 anos de experiência em sua área. “A vantagem em relação ao caso norte-americano é que a imigração é muito mais fácil”, diz Freitas. “No caso da província de Québec, ela é imediata e permanente para quem fala francês”. O Québec, aliás, faz um esforço contínuo para estimular a entrada de profissionais estrangeiros qualificados — e o Brasil é um dos seus alvos prioritários. Algumas das carreiras mais quentes na região são ciências da computação, biologia, marketing, desenho industrial, finanças, contabilidade e engenharia com diversas ênfases, como civil, mecânica, elétrica e aeronáutica.
  • 7. 6. Japão

    7 /17(Peerapong_K / ThinkStock)

    Para ter chances no mercado de trabalho local, um profissional estrangeiro deve ter domínio pelo menos conversacional da língua japonesa, além de uma compreensão refinada da cultura do país. Também é importante ter no mínimo mestrado ou MBA. Profissionais de áreas bastante específicas ou "hiperespecializados" costumam se dar bem. Engenharia eletrônica e de sistemas, administração, arquitetura e design são carreiras com bastante demanda no mercado japonês em geral, segundo Leonardo Freitas, sócio-diretor da Hayman-Woodward.
  • 8. 7. Coreia do Sul

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    Não é essencial falar o idioma coreano, mas ter domínio pleno do inglês é imprescindível. Segundo Freitas, o mercado local costuma receber bem profissionais que têm apenas bacharelado, sem obrigatoriedade de mestrado ou doutorado. Porém, é preciso ter pelo menos cinco anos de profissão. No momento, diz o especialista, as áreas mais quentes para estrangeiros na Coreia do Sul são finanças, design, manufatura, indústria automobilística e aviação.
  • 9. 8. Suécia

    9 /17(Edward Stojakovic/Flickr/Creative Commons)

    Como em outros países escandinavos, o mercado de trabalho local é aberto a profissionais de tecnologia, saúde e desenvolvimento de novos medicamentos. É preciso ter no mínimo mestrado. Também é importante ser resistente ao frio: os termômetros suecos podem despencar a até 53 graus negativos no inverno. De acordo com Leonardo Freitas, da Hayman-Woodward, o estrangeiro evidentemente conta com mais oportunidades se fala sueco, mas dominar o idioma inglês costuma ser o bastante para as relações profissionais. Não é de se estranhar: a Suécia está em 1º lugar no ranking dos países que melhor falam o inglês como língua não-materna.
  • 10. 9. Rússia

    10 /17(Thinkstock)

    O país investe na atração de profissionais estrangeiros, sobretudo para as áreas de engenharia, construção civil, indústria siderúrgica e metalúrgica, fisioterapia e suporte a profissionais do esporte. É preciso ter pelo menos bacharelado. O domínio do russo é desejável, mas não obrigatório, segundo Freitas. “Para se dar bem, você precisa ser capaz de se adaptar logo à cultura local, muito mais rígida do que a nossa”, afirma o especialista. Segundo ele, os russos não aceitam desculpas ligadas às diferenças culturais quando o assunto é o cumprimento de horários e prazos, por exemplo.
  • 11. 10. Arábia Saudita

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    Há oportunidades na área de aviação, inclusive executiva, engenharia e infraestrutura. Embora o setor de petróleo e gás seja forte no país, a contratação de estrangeiros no setor tem desacelerado nos últimos anos, afirma Freitas. Os melhores empregos exigem pelo menos bacharelado, além de 10 anos de experiência profissional. "O segredo para o sucesso é saber lidar com uma cultura muito diferente da sua", diz o especialista da Hayman-Woodward. “Os sauditas são formais e bem mais severos com brincadeiras ou mentirinhas no ambiente de trabalho”.
  • 12. 11. Holanda

    12 /17(ThinkStock)

    Há boas oportunidades para estrangeiros nas áreas de direito internacional, navegação e logística. De acordo com Freitas, títulos de graduação e pós-graduação importam menos do que experiência na área. Além disso, é preciso ter entre 5 a 7 anos de trabalho para ser elegível aos melhores empregos. Conhecidos por serem poliglotas, os nativos recebem bem profissionais que falam vários idiomas. Enquanto o holandês é dispensável, o inglês é obrigatório. Ter referências profissionais de peso também ajuda a se destacar no mercado local.
  • 13. 12. Dinamarca

    13 /17(Mikkel Frost)

    O mercado de trabalho dinamarquês tem várias semelhanças com o sueco, já descrito anteriormente: mestrado é requisito básico e o maior volume de oportunidades está nas áreas médica, farmacêutica e científica de forma geral. Conhecer a língua local não é obrigatório, já que o inglês costuma mediar boa parte das relações profissionais com estrangeiros. A principal diferença em relação à Suécia, segundo Freitas, é o fato de que o processo imigratório para a Dinamarca costuma ser mais restritivo.
  • 14. 13. Singapura

    14 /17(Getty Images)

    As áreas com maior demanda são o mercado financeiro, sobretudo para especialistas em câmbio, e o setor de exportação e importação de commodities como carne, frango e soja. O mercado de trabalho no país é disputado, segundo Freitas, e os melhores empregos exigem pelo menos 10 anos de experiência, além de mestrado. O inglês é a principal língua para fazer negócios em Singapura, mas dominar o mandarim pode ser um diferencial. Isso porque há muitos clientes, fornecedores e profissionais chineses no país.
  • 15. 14. Austrália

    15 /17(Thinkstock)

    Para ter boas oportunidades no país, é preciso ter no mínimo bacharelado e, preferencialmente, de 7 a 10 anos de experiência profissional, diz Freitas. Dominar o inglês também é requisito para ter sucesso no país. O governo australiano recentemente divulgou a lista com as profissões mais demandadas no país para os próximos 12 meses. As 183 carreiras mencionadas incluem engenharia (diversas ênfases, como civil, naval, química, ambiental, biomédica e eletrônica), contabilidade, arquitetura naval, arquitetura, psicologia e medicina. Veja a lista completa aqui.
  • 16. 15. França

    16 /17(John Schults / Reuters)

    O país costuma ter um processo imigratório rigoroso, mas há boas oportunidades para quem tem pelo menos bacharelado e de 7 a 10 anos de experiência em sua área. Inglês não basta: falar francês é essencial para ser bem aceito no mercado de trabalho. As áreas com mais vagas são a indústria química e as pesquisas na área médica e laboratorial. Também há cada vez mais espaço para engenheiros de produção, de acordo com Freitas.
  • 17. Veja agora as carreiras mais bem pagas nos EUA que não exigem diploma

    17 /17(Thinkstock/Jeffrey Hamilton)

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