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Jogar todas as fichas na carreira é um erro, diz consultor

Para Robert Wong, a disposição de pagar qualquer preço pelo sucesso profissional é um equívoco que os homens percebem tarde demais

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h32.

Alcançar altos postos na carreira profissional tem seu preço, e as mulheres compreendem isso melhor do que os homens. Robert Wong, presidente da Korn/Ferry International entre 1995 e 2002, e um dos palestrantes da Career Fair, que começa hoje (27/5), aconselha moderação na construção do currículo. Ou melhor, que o foco seja a vida, e não o currículo. "Não é preconceito, não estou dizendo que a mulher não é competente, mas ela, com mais sabedoria, não está disposta a pagar o preço da falta de tempo com a família, da saúde afetada pelo trabalho, dos desgastes pelo jogo político, e por isso poucas estão em posições de comando corporativo", diz Wong.

O consultor, em vez das usuais dicas de carreira bem-sucedida, propõe uma visão de longo prazo. "No final das contas, não vamos lamentar não ter fechado um negócio, mesmo que milionário, mas não ter abraçado pessoas queridas. Não há sucesso no mundo que compense fracasso no lar." Para ele, os homens até que percebem isso, mas quando não há mais tempo para corrigir a falta de foco no que realmente interessa.

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Com Wong foi diferente, porque ele teve a sorte de perceber mais cedo que trilhava um caminho, na essência, de fracasso. "Já tive minha fase workaholic, viajava demais, mas sempre trazia presentes para meus filhos. Um dia o mais velho disse: 'obrigado pelo presente, mas a gente quer você'."

Nada disso implica em renúncia à vida profissional produtiva. "Ambição, e até stress, são coisas boas. Mas muita ambição vira ganância, e muito stress vira doença." Como bom descendente de chineses, Wong recorre à natureza para explicar seu ponto de vista. "Nossa vida também tem quatro estações. Em nossa primavera nós arriscamos, sem medo de recomeçar, no verão queremos maximizar tudo, no outono comemos os frutos e começamos a dar valor real às coisas e no inverno, sob aquele sol brilhante que não aquece mais como antes, finalmente nos tornamos reflexivos."

Por que não refletir mais antes que o "inverno" chegue? Esse é o conselho de Robert Wong.

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