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Home office ou comida no escritório? A estratégia da Danone é focar na saúde e não importa o lugar

A multinacional foi uma das ganhadoras do Prêmio Exame em Gestão de Pessoas e busca por meio de benefícios personalizados ter funcionários saudáveis - seja dentro ou fora da companhia

André Rapoport, diretor de Recursos Humanos da Danone Brasil: "Queremos que nossos funcionários tenham condições saudáveis para desenvolverem suas carreiras e suas vidas pessoais" (Leandro Fonseca/Exame)

André Rapoport, diretor de Recursos Humanos da Danone Brasil: "Queremos que nossos funcionários tenham condições saudáveis para desenvolverem suas carreiras e suas vidas pessoais" (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 10h00.

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O tema da saúde está por trás da fundação da multinacional de produtos lácteos Danone, criada em 1919, em Barcelona. Os primeiros produtos da companhia foram leites e iogurtes para crianças que sofriam de infecções intestinais. Hoje, esse cuidado com a saúde humana, se estendeu também para a saúde mental. No Brasil, a companhia chegou em 1970 e trouxe inovação que não se restringia apenas em seus produtos lácteos, mas também em programas de benefícios – e novamente aparece a saúde como o principal foco.

Para André Rapoport, diretor de Recursos Humanos da Danone Brasil, a missão da Danone com o time é clara: levar saúde por meio da alimentação, e isso se reflete internamente.

"Queremos que nossos funcionários também tenham condições saudáveis para desenvolverem suas carreiras e suas vidas pessoais", afirma.

Com diferentes benefícios para os funcionários dentro e fora da companhia, a Danone ficou entre as três empresas da categoria de 1.501 a 7 mil funcionários, conquistando o Prêmio EXAME em Gestão de Pessoas 2024, tendo a saúde como o principal foco de inovação interna.

A mudança que começa de dentro para fora

Para promover à saúde mental, um dos benefícios da companhia é o reembolso para sessões de terapia. O funcionário da Danone pode escolher um psicólogo particular ou utilizar os profissionais indicados pela empresa.

"Ainda existe um tabu sobre fazer terapia no Brasil, mas estamos tratando isso de forma aberta. Queremos que nossos funcionários saibam que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar da saúde física", conta Rapoport que reforça que a empresa mantém uma plataforma global de bem-estar, com médicos e assistentes sociais disponíveis para fornecer suporte emocional em momentos emergenciais.

O regime de trabalho também está contribuindo para a saúde mental e física dos mais de 3 mil funcionários da Danone no Brasil. Um levantamento interno da companhia mostra uma alta adesão dos planos de academia, com alto número de check in após a adoção do regime de trabalho híbrido. Como o trabalho home office não impactou nos resultados da empresa, a Danone decidiu manter o regime híbrido para o seu time administrativo, com três dias de home office e dois dias no presencial.

“É uma forma de equilibrar a produtividade e a qualidade de vida dos nossos funcionários, sem comprometer a interação social que é tão importante", afirma o diretor de RH.

Às sextas-feiras também são diferenciadas no escritório sede que fica na Av. Paulista. Com o “short Friday”, funcionários finalizam o expediente às 14h. E para manter o encontro presencial uma experiência boa, o escritório conta com sessões de quick massage, um lactário e uma sala para consultas médicas virtuais. Também é disponibilizada gratuitamente uma variedade de frutas, bebidas e iogurtes nos refeitórios.

Benefícios que fazem sentido para cada realidade

A flexibilidade na Danone não está apenas no regime de trabalho, mas também na administração dos benefícios. O programa BenVocê se tornou um benchmark global dentro da empresa, segundo Rapoport.

"Cada funcionário pode moldar os benefícios de acordo com suas necessidades pessoais. Por exemplo, se alguém optar por um plano de saúde mais básico ou decidir não usar o benefício de carro, pode converter esses valores em outros benefícios, como creche, alimentação ou atividades esportivas".

Como forma de apoiar as mulheres que passam pela experiência da maternidade, a Danone criou uma política de licença estendida de até seis meses, além de uma iniciativa que permite que mães lactantes viajem a trabalho com seus bebês e um acompanhante por até dois anos, após licença maternidade. Esse benefício é exclusivo no Brasil e foi implementado há cerca de três anos para garantir que as mães possam continuar sua trajetória profissional sem comprometer o cuidado com seus filhos durante o período de amamentação. Para os pais, a companhia oferece licença paternidade de 20 dias.

"Queremos que as mães possam exercer seu papel sem prejuízos à carreira", afirma o executivo que reforça que essa medida é muito importante para a o negócio, uma vez que 52% de mulheres estão em posições gerenciais e de direção na companhia.

A Danone também apoia a adoção, oferecendo aos pais adotivos os mesmos direitos e licenças que os pais biológicos. Essa política é fruto de discussões com os grupos de afinidade internos, que também abordam temas como diversidade racial e inclusão LGBTQIA+.

"Acreditamos que a diversidade enriquece nossa empresa, e trabalhamos para garantir que todos se sintam acolhidos e respeitados", diz Rapoport. No Brasil, a companhia é formada por 37% de pessoas autodeclaradas pretas e pardas, sendo 17% em cargos de gerência e direção. A meta da companhia é chegar a 30% de pessoas pretas e pardas até 2030.  

A aposta no desenvolvimento 

Como uma maneira de valorizar o desenvolvimento contínuo de seus funcionários, a Danone oferece subsídios para educação, cobrindo até 80% dos custos de pós-graduação e cursos de idiomas. Além disso, programas de mentoria interna incentivam o crescimento profissional, conectando funcionários de diferentes áreas.

"Temos cerca de 867 pessoas participando do nosso programa de mentoria, onde gestores e não gestores trocam experiências e ajudam no desenvolvimento de carreira", conta Rapoport.

Por ser uma empresa multinacional, o aprendizado de idiomas é incentivado, porém o inglês não é mais exigido como pré-requisito nos processos seletivos há alguns anos, afirma Rapoport, salvo em casos específicos que demande o idioma. A presença internacional da marca também promove a expatriação, com 22 brasileiros trabalhando atualmente em outros países. "Oferecemos autonomia para que nossos funcionários do Brasil busquem oportunidades no exterior", diz o diretor de RH da Danone no Brasil.

A multinacional segue em expansão no Brasil. No segundo trimestre de 2024, as vendas consolidadas da Danone global atingiram 6,9 milhões de euros, um aumento de 4% em uma base comparável, liderada por um aumento de 2,9% em volume/mix e 1% em preço.

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