Demissão: Você está preparado?
Essa pode ser uma boa ocasião para pensar seriamente em seu planejamento financeiro
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.
Ninguém está preparado para a primeira demissão. Você só está a partir da segunda e nas sucessivas vezes que isso acontece ao longo de sua vida profissional. Entretanto, na primeira vez, por mais seguro que você se sinta quanto a sua capacidade profissional, é um baque. As reações são instantâneas. Com a falta de garantia de um depósito mensal, uma das primeiras atitudes é reduzir as despesas, independentemente de sua importância. Certo? Errado! Muitos dos itens descritos como "lazer" em seu orçamento serão indispensáveis à obtenção de uma nova colocação. Por exemplo: se você joga tênis ou tem uma roda semanal de pôquer com amigos de sua área profissional, deve cancelar essas atividades? Claro que não. Mesmo que impliquem gastos, esses contatos são a forma mais eficiente de retomar sua atividade.
Nessa hora, seu antigo concorrente pode tornar-se seu melhor amigo. Essa rede de relacionamento (networking) será fundamental para sua volta à ativa. Continuar freqüentando os ambientes profissionais (workshops, congressos, coquetéis) é indispensável. Acompanhar o desenvolvimento do mercado em sua área também é muito importante, pois mostra que você não está parado no tempo. Esse custo deve ser atribuído ao aumento da sua empregabilidade. Isso não quer dizer delegar a terceiros a tarefa de arrumar uma nova colocação, enquanto você fica passivamente aguardando um convite. Pelo contrário. Procurar emprego é uma atividade que ocupa tempo integral. Além de estar atento a todos os contatos possíveis, acompanhe as novidades do mercado (empresa investindo pode indicar novas contratações) e pesquise os cadernos semanais de oferta de vagas (inclusive de outros estados), além de explorar as alternativas na internet. Há vários sites que oferecem vagas.
No que diz respeito ao dinheiro, para muitos a demissão é uma oportunidade de contato com o planejamento financeiro. A primeira coisa a fazer é cancelar os débitos automáticos para evitar que despesas acima do previsto o surpreendam. A etapa seguinte consiste em programar seus pagamentos para otimizar os resgates de suas aplicações (escolha duas datas no mês). Sei que é difícil pedir calma nessa hora, principalmente se o seu caso for de provedor(a) de uma família, mas não adianta se desesperar. A opção por um negócio próprio é a alternativa equivocada mais comum. A falsa idéia de liberdade leva muita gente a optar por esse caminho, que infelizmente requer um número bem maior de habilidades do que simplesmente a vontade de ser "independente".
A serenidade deve vir também na hora da negociação de sua saída: um bônus, a contratação de um serviço de outplacement (recolocação profissional) ou a extensão de benefícios (plano de saúde, carro etc.) são as opções mais comuns. Não abandone a idéia de pedir ajuda -- e até de pagar por ela. Com o tempo, o papel dos conselheiros de carreira vem crescendo em importância. Eles mantêm contato com o mercado e podem indicar um caminho que potencialize suas capacidades. Contudo, não se engane: eles até conseguem mostrar uma estrada, mas quem vai se recolocar é você mesmo. Um último conselho: a revisão do seu orçamento doméstico também é importante, mas somente o controle de despesas não garante novas receitas. Você precisa focar em obter logo uma entrada regular de renda de modo a dilapidar o menos possível a poupança que levou tanto tempo para construir.