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Concorrente ou aliado? Especialista defende que ChatGPT pode alavancar a carreira de programador

Para Alexandre Tibechrani, General Manager da edtech Ironhack, apesar de ser capaz de escrever códigos simples, inteligência artificial não deve substituir profissionais em tarefas mais complexas

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ChatGPT: em dois meses chatbot que utiliza inteligência artificial atingiu 100 milhões de usuários ativos (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

ChatGPT: em dois meses chatbot que utiliza inteligência artificial atingiu 100 milhões de usuários ativos (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

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Luciana Lima

Publicado em 11 de março de 2023, 10h03.

Após dois meses do seu lançamento, o ChatGPT atingiu 100 milhões de usuários ativos. A marca supera o tempo que o TikTok e o Instagram demoraram para alcançar esse número, que foi de, respectivamente, nove meses e dois anos e meio.

Com a repercussão da novidade, uma das principais discussões no setor tech atualmente é se a ferramenta pode substituir ou ajudar desenvolvedores web.

Lançada em novembro de 2022, o chatbot com Inteligência Artificial (IA) foi criado pela empresa OpenAI e é baseado no modelo de linguagem Generative Pretrained Transformer, no qual utiliza técnicas refinadas de aprendizagem de máquinas com o objetivo de fornecer respostas humanizadas aos usuários. O vocabulário da plataforma é estimado em 10 bilhões de palavras de diferentes idiomas.

Segundo Alexandre Tibechrani, General Manager da edtech Ironhack, o recurso oferece diversas possibilidades aos programadores.

“Além de melhorar o atendimento ao cliente e fazer pesquisas extremamente rápidas, o ChatGPT pode escrever códigos em linguagens de programação como Python, JavaScript, Java e outras menos utilizadas pelas empresas no Brasil", diz.

"Ou seja, a ferramenta é capaz de ajudar o desenvolvedor tanto no debugging, no resumo de informações e na resolução de problemas, como construindo um site com uma única solicitação”, afirma.

No entanto, a plataforma não tem 100% de precisão. E, além disso, segundo o especialista, o chatbot não tem a capacidade de desenvolver um código complexo, como de um site bancário, ou garantir que não haverá bugs e será totalmente seguro, de fácil manutenção e bem documentado.

Para Tibechrani, um futuro em que o ChatGPT possa construir a estrutura de um programa e aplicar alterações ainda está muito distante. Ou seja, a tecnologia não será uma ameaça aos empregos dos desenvolvedores tão cedo.

"Programadores novos podem ficar tentados a usar o ChatGPT para fazer o básico, mas o desenvolvimento para web se baseia muito em criatividade aplicada a lógica. Mesmo com a expansão da tecnologia, ele nunca poderá pensar por si só e entender emoções humanas profundas, experiências pessoais ou contextos comerciais”, diz.

Nesse sentido, o executivo ressalta que a ferramenta deve servir como um complemento ao setor de tecnologia, inclusive na criação de novas funções, como especialistas em IA.

“Com sua expansão e melhoria, a expectativa é que a plataforma cuide de tarefas mecânicas e automatize processos e aqueça o mercado ao deixar os colaboradores com funções estratégicas e complexas, gerando produtos e serviços inovadores em um período menor de tempo”, diz.


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Luciana Lima

Luciana Lima

Repórter de Carreira Formada pela PUC-SP, cobre mercado de trabalho e Recursos Humanos há sete anos. Foi editora-assistente da VOCÊ S/A e VOCÊ RH e repórter do Jornal Primeiramão. Na EXAME é Repórter de Carreira e apresentadora do podcast Entre Trampos.