Cerca de 60% das mulheres na Europa já sofreram sexismo no trabalho
Ainda de acordo com a enquete, 11% das entrevistadas afirmaram terem tido relação sexual "forçada ou indesejada" com alguém de seu círculo profissional
AFP
Publicado em 12 de outubro de 2019 às 13h33.
Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 10h35.
Em torno de 60% das mulheres na Europa indicaram terem sido vítimas de, pelo menos, uma forma de violência sexista, ou sexual, no trabalho - aponta um estudo feito on-line em abril de 2019 e publicado neste sábado (12), com mais de 5.000 mulheres de cinco países da UE.
O relatório do Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP) afirmou que 21% das mulheres passaram por essas situações no ano passado, enquanto 42% nos últimos 30 anos.
Ainda de acordo com a enquete, 11% das entrevistadas afirmaram terem tido relação sexual "forçada ou indesejada" com alguém de seu círculo profissional.
Um número que "destaca a zona cinzenta que pode existir em torno do consentimento", quando este é "ser obtido em um contexto de subordinação, intimidação, ou manipulação", advertem os autores do estudo, que englobou França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Espanha.
Da mesma forma, 46% das mulheres foram submetidas a "assobios, gestos ou comentários rudes, ou olhares inadequados", um percentual que, na Alemanha, chega a 56%. Além disso, 26% disseram ter de suportar esses gestos, ou comentários, "repetidamente".
Ao menos 9% das mulheres declararam terem sido "pressionadas" por um colega, em pelo menos uma ocasião, para obter delas "um ato de cunho sexual", e 18% relataram terem de suportar contatos físicos como mão nas nádegas, abraço forçado, ou beijo roubado.
Apenas 16% das que afirmaram terem sido pressionadas a realizar atos sexuais denunciaram o caso, porém, a algum superior, ou sindicato de sua categoria.