Carreira

8 passos para se dar bem em um mundo sem chefes

Conversamos com Erica Isomura, que trabalha na Vagas Tecnologia, empresa que não tem chefes, nem hierarquia. Veja como se dar bem neste esquema de trabalho

Sede da Vagas Tecnologia: modelo colaborativo, gestão horizontal (Divulgação)

Sede da Vagas Tecnologia: modelo colaborativo, gestão horizontal (Divulgação)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 15h00.

São Paulo - Você concorda que frases na linha do “manda quem pode e obedece quem tem juízo” estão fora de moda no mundo corporativo? Para Erica Isomura, especialista em RH do Vagas Tecnologia, estruturas rigidamente hierarquizadas não fazem mais  sentido, nos dias de hoje.

Por isso, ela considera estar no lugar certo já que onde trabalha os chefes entraram em extinção há anos. Lá não se encontra ninguém ostentando crachá de supervisor, gerente ou diretor.

“Aqui no Vagas, a gestão é horizontal, nosso modelo é de uma comunidade engajada que quer fazer a diferença, contribuir e colaborar”, explica.

Mas isso não significa menos trabalho: os resultados dos funcionários são vistos e revistos quinzenalmente em reuniões abertas, em que qualquer pessoa que quiser pode participar.

Animou-se com o modelo? Empresas como a Zappo também já deram adeus à hierarquia e gigantes como IBM e Odebrecht têm flertado com sistemas semelhantes.

Mas nem todo mundo se dá bem neste esquema, segundo Erica. “Já tivemos casos aqui de pessoas que não se adaptaram e disseram que preferem ter chefe, ou que só querer fazer o trabalho e ir embora, e aqui não é assim”, diz a especialista em RH do Vagas.

Veja alguns aspectos fundamentais para quem vai trabalhar em empresas com este modelo de gestão:

1. Administração do tempo

“Administrar bem o tempo faz parte do guia de sobrevivência em uma empresa com modelo de gestão horizontal”, diz Erica. Afinal, ninguém vai pedir ou determinar a sua agenda do dia, semana ou mês.

2. Priorizar projetos

Demandas simultâneas podem aparecer e cabe ao profissional separar o que é urgente e importante daquilo que é importante e não-urgente. Você não terá um gestor para perguntar qual é a prioridade.

3. Automotivação

Nem bônus por desempenho, nem aumento de salário por mérito. Segundo Erica, a equipe do Vagas entende é que atrelar a percepção de sucesso a recompensas financeiras é artificial e não sustentável.

“Nós temos uma visão diferente em relação a isso. O dinheiro é uma consequência de um trabalho bem feito, não um fim”, diz. Da mesma forma, sucesso no Vagas é ter prazer no que faz e, não, receber um gordo bônus no fim de ano.

4. Comunicação

Segundo Érica, a atenção à forma de se comunicar é ainda mais crítica em uma companhia de gestão horizontal. “O acesso à informação é maior, o ambiente é aberto e a possibilidade de ruído na comunicação aumenta”, diz.

5. Gerenciamento de conflitos

Em caso de confusão, não há um gestor a quem recorrer. A solução parte do profissional envolvido e, por isso, é necessário saber administrar e solucionar os conflitos. Lembre-se: os conflitos não vão embora com o sumiço dos chefes.

6. Proatividade

Iniciativa é uma das qualidades mais essenciais neste contexto. Sabe a tal visão de “dono do negócio”? Em uma estrutura sem hierarquia, totalmente colaborativa, é isso que se espera de um profissional.

7. Pensamento estratégico

Do operacional ao estratégico em questão de minutos. É assim a rotina de quem trabalha em uma empresa sem chefes.
“Em um dia temos atividades de estagiário a ações de presidente de empresa”, explica Erica.

Assim se dá bem quem está preparado para encarar todas as fases dos processos, desde o desenho de um projeto à sua execução.

8. Criatividade

Problemas são oportunidades para exercer a criatividade e tentar encontrar uma solução nova. “E justamente por isso, o erro é visto como parte do processo. Errar não é tão grave”.

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