São Paulo - Você concorda que frases na linha do “manda quem pode e obedece quem tem juízo” estão fora de moda no mundo corporativo? Para Erica Isomura, especialista em RH do Vagas Tecnologia, estruturas rigidamente hierarquizadas não fazem mais sentido, nos dias de hoje.
Por isso, ela considera estar no lugar certo já que onde trabalha os chefes entraram em extinção há anos. Lá não se encontra ninguém ostentando crachá de supervisor, gerente ou diretor.
“Aqui no Vagas, a gestão é horizontal, nosso modelo é de uma comunidade engajada que quer fazer a diferença, contribuir e colaborar”, explica.
Mas isso não significa menos trabalho: os resultados dos funcionários são vistos e revistos quinzenalmente em reuniões abertas, em que qualquer pessoa que quiser pode participar.
Animou-se com o modelo? Empresas como a Zappo também já deram adeus à hierarquia e gigantes como IBM e Odebrecht têm flertado com sistemas semelhantes.
Mas nem todo mundo se dá bem neste esquema, segundo Erica. “Já tivemos casos aqui de pessoas que não se adaptaram e disseram que preferem ter chefe, ou que só querer fazer o trabalho e ir embora, e aqui não é assim”, diz a especialista em RH do Vagas.
Veja alguns aspectos fundamentais para quem vai trabalhar em empresas com este modelo de gestão:
1. Administração do tempo
“Administrar bem o tempo faz parte do guia de sobrevivência em uma empresa com modelo de gestão horizontal”, diz Erica. Afinal, ninguém vai pedir ou determinar a sua agenda do dia, semana ou mês.
2. Priorizar projetos
Demandas simultâneas podem aparecer e cabe ao profissional separar o que é urgente e importante daquilo que é importante e não-urgente. Você não terá um gestor para perguntar qual é a prioridade.
3. Automotivação
Nem bônus por desempenho, nem aumento de salário por mérito. Segundo Erica, a equipe do Vagas entende é que atrelar a percepção de sucesso a recompensas financeiras é artificial e não sustentável.
“Nós temos uma visão diferente em relação a isso. O dinheiro é uma consequência de um trabalho bem feito, não um fim”, diz. Da mesma forma, sucesso no Vagas é ter prazer no que faz e, não, receber um gordo bônus no fim de ano.
4. Comunicação
Segundo Érica, a atenção à forma de se comunicar é ainda mais crítica em uma companhia de gestão horizontal. “O acesso à informação é maior, o ambiente é aberto e a possibilidade de ruído na comunicação aumenta”, diz.
5. Gerenciamento de conflitos
Em caso de confusão, não há um gestor a quem recorrer. A solução parte do profissional envolvido e, por isso, é necessário saber administrar e solucionar os conflitos. Lembre-se: os conflitos não vão embora com o sumiço dos chefes.
6. Proatividade
Iniciativa é uma das qualidades mais essenciais neste contexto. Sabe a tal visão de “dono do negócio”? Em uma estrutura sem hierarquia, totalmente colaborativa, é isso que se espera de um profissional.
7. Pensamento estratégico
Do operacional ao estratégico em questão de minutos. É assim a rotina de quem trabalha em uma empresa sem chefes.
“Em um dia temos atividades de estagiário a ações de presidente de empresa”, explica Erica.
Assim se dá bem quem está preparado para encarar todas as fases dos processos, desde o desenho de um projeto à sua execução.
8. Criatividade
Problemas são oportunidades para exercer a criatividade e tentar encontrar uma solução nova. “E justamente por isso, o erro é visto como parte do processo. Errar não é tão grave”.
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1. Um manual para entender o chefe
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1/14 (Divulgação Chicago Booth)
São Paulo – Um dia, ele diz uma coisa. No outro, desdiz. Às vezes, beira à tirania – na sua visão -, em outras, banca o melhor amigo. Em um cenário assim, admita: é difícil entender seu
chefe.
Mesmo para quem não é liderado por uma pessoa inconstante, a capacidade de sempre compreender as decisões e
atitudes da chefia é um privilégio de poucos. Na maior parte do tempo e para a maioria dos mortais, o chefe se apresenta como um enigma ou um quebra-cabeça a ser desvendado. E as conversas do café estão aí para provar.
Pensando nisso, selecionamos alguns
livros que podem ajudar a juntar as peças para compreendê-lo e, consequentemente, melhorar o relacionamento entre ambos.
Mas, para que isso aconteça, são necessários três passos: primeiro, conhecer a si mesmo; depois, estar disposto a treinar um olhar atento ao seu superior e, por fim, a abertura para se adequar.
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2. Steve Jobs
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2/14 (Divulgação)
A biografia do fundador da Apple e Pixar revela que, antes de tudo, seu chefe também é humano. “O líder tem altos e baixos emocionais, é alguém de carne e osso”, diz Fátima Motta, da F&M Consultores. Ter isso em mente, pode ser fundamental para fundamentar uma boa relação com ele.
Steve Jobs
Walter Isaacson
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3. O diabo veste Prada
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3/14 (Divulgação)
O livro que inspirou o filme traz detalhes da relação da recém-formada Andrea Sachs com a (quase tirana) Miranda Priestly. “A jovem consegue entender os objetivos e a visão da líder e se adapta a eles”, diz Fátima. Por outro lado, “quando ela percebe que os valores dela não têm relação com os da líder, ela rompe”, completa.
O diabo veste Prada
Lauren Weisberger
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4. O último lugar da Terra
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4/14 (Divulgação)
O que determina o sucesso de uma equipe? Os recursos financeiros ou uma boa liderança? O livro “O último lugar da Terra” prova que a resposta está na segunda opção. A trama gira em torno da disputa entre o oficial da marinha britânica Robert Falcon Scott e o norueguês Roald Amundsen pelo desbravamento do Polo Sul. O último, com uma equipe menor e menos recursos, chegou 34 dias antes. “Mostra como um líder consegue influenciar a equipe para que todos cheguem onde precisam chegar”, diz Fátima. O último lugar da Terra - A competição entre Scott e Amundsen pela conquista
Roland Huntford
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5. Um Gato de Rua Chamado Bob
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O livro narra a história (verídica) de um ex-morador de rua e sua relação com um gato. “Em uma relação de líder e liderado, ambos precisam entender um ao outro. Mas é fundamental que os dois estejam abertos para isso”, diz Fátima.
Um Gato de Rua Chamado Bob - A História da Amizade Entre Um Homem e Seu Gato
James Bowen
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6. A vida de um homem
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“A biografia de Francisco de Assis mostra que todo líder tem conflitos para enfrentar”, diz Fátima. Mas não só. Olhar a vida do frade ensina o quanto a causa ou o propósito molda as ações de cada um – líderes inclusive. Identificar o que move seu chefe também é uma boa coordenada para compreendê-lo.
A vida de um homem
Chiara Frugoni
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7. Como se tornar o ótimo chefe
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Este livro traz uma descrição completa de como o chefe ideal age. A razão da presença dele nesta lista não é para você arrumar mais argumentos para lamentar quem está acima de você na hierarquia. Ao contrário.
“Ao ver a teoria de como um chefe deve se comportar, você consegue entender quais atributos são de chefe”, diz a coach Marie-Josette Brauer. “Aí, você tem que ter plasticidade e resiliência para se adaptar sem querer mudar o cara”.
Como se tornar o ótimo chefe
Jill Geisler
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8. A Visão Gestadora - A Visão em Teia
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Tudo tem uma origem. E a partir da investigação disso, é possível compreender e se relacionar melhor com os outros. Esta é a base da obra “A visão gestadora”. “É um livro que fala sobre como nós gestamos a nossa forma de pensar e ser”, diz Fátima Motta, da F&M Consultores. “A partir do momento que presto atenção na forma como meu líder age ou pensa, eu consigo entender como ele gesta”.
Mas não só. “Você não pode olhar para a palmeira e esquecer que tem uma semente que a gerou”, continua a especialista. “Eu preciso olhar o meu líder e entender que ele é minha origem mais próxima. É ele quem nutre, orienta e sustenta o liderado. Sem este conhecimento de origem, fica muito difícil aceitar a origem como ela é”.
A Visão Gestadora - A Visão em Teia
Ramy Arany
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9. Poder e Amor
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Uma outra maneira de enxergar seu chefe é identificar como ele age diante dos impulsos de poder, autorrealização, necessidade de pertencimento, amor e colaboração. O livro lança uma análise sobre estes aspectos com base na experiência do autor. A indicação é de Fátima Motta.
Poder e Amor
Adam Kahane
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10. O corpo fala nos negócios
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Um dos clássicos da literatura de comportamento profissional também pode ser útil para tentar entender o que está por trás da postura do seu chefe. “As pessoas, geralmente, não têm esta noção. Elas não olham para outra. Não conseguem entender, nem transmitir”, diz Mariá-Josette.
O Corpo Fala Nos Negócios
Adrian Furnhan E Eugeniya Petrova
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11. Elementos de Comportamento Organizacional
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Este é outro livro para entender, em detalhes, como uma empresa deve ser – e o papel de cada um nesta estrutura. “Se você tiver uma noção maior e mais ampla do que se espera de uma organização, você vai ver que, de um lado, também é difícil para seu chefe”, diz Marie- Josette.
Elementos de Comportamento Organizacional
James Bowditch
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12. Competindo pelo futuro
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12/14 (Divulgação)
Quem ocupa um cargo de chefia, geralmente, deve tomar decisões hoje visando ao futuro que se delineia a cada passo dado. Ter uma noção clara disso pode ajudar você a entender a razão para algumas das atitudes do seu chefe hoje. “As empresas só conseguem sobreviver se se tornarem cada vez mais competitivas e abertas à inovação”, diz Marie-Josette.
Competindo pelo futuro
Gary Hamel, C K Prahalab
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13. Consiga o que você quer
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13/14 (Divulgação)
Escrito por um professor da Wharton Business School, o livro é um manual de negociação estratégica - algo essencial para o relacionamento saudável com a chefia. "Primeiro, você entende a si mesmo, depois, seu chefe. Aí, você monta a sua estratégia", ensina Marie-Josette.
Consiga o que você quer
Stuart Diamond
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14. Agora, uma seleção para ser mais inovador
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14/14 (Getty Images)