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O que esperar da mobilidade urbana em 2023

Veja quais são as sete principais tendências do ramo para este ano

2023 chega com diversas tendências engatilhadas no setor de mobilidade (Malte Mueller/Getty Images)

2023 chega com diversas tendências engatilhadas no setor de mobilidade (Malte Mueller/Getty Images)

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Publicado em 27 de janeiro de 2023 às 20h00.

Última atualização em 27 de janeiro de 2023 às 20h10.

A área da locomobilidade urbana está em constante crescimento e se destaca na busca por inovação e novas tendências, principalmente as que envolvem tecnologia. Segundo dados de pesquisa do Oliver Wyman Forum, estima-se que até 2030 haja um crescimento de 75% no setor, representando cerca de US$ 26,6 trilhões (um quinto da atividade econômica global). Esse desenvolvimento está diretamente ligado à utilização de novas tecnologias, a gestão de frotas, integração entre modais, automatização de operações e, também, ao novo comportamento dos passageiros, que agora buscam alternativas inteligentes e sustentáveis para se locomover.

Para alcançar o percentual de desenvolvimento estipulado para 2030, as empresas precisam se manter em movimento e sempre antenadas ao mercado, aos interesses dos passageiros e, também, ao bem-estar e à realidade dos motoristas. Veremos algumas tendências ganhar mais espaço em 2023, entre elas:

Carteira digital

Há alguns anos, a utilização do dinheiro em papel para pagar corridas de aplicativo caiu drasticamente. Os motoristas se sentem mais seguros quando as corridas são pagas via cartão de débito ou crédito, e os passageiros também optaram por utilizar Pix e carteiras digitais pela praticidade de pedir uma corrida sabendo que ela será debitada automaticamente da sua conta.

Os transportes públicos não ficaram para trás quando o assunto são pagamentos online. Através de seus próprios bancos digitais e alguns aplicativos específicos é possível recarregar seu bilhete único pelo celular ou por meio de um QR Code. Isso acontece, por exemplo, no aplicativo TOP, uma bilheteria digital que permite a compra de passagens de Metrô ou trem da CPTM de São Paulo.

Compartilhamento em tempo real

Além de ser uma medida de segurança muito utilizada em corridas de aplicativos de mobilidade, especialmente por mulheres, essa função também facilita a localização dos veículos (carros particulares ou transporte público), fazendo com que o passageiro reduza seu tempo de espera e tenha a opção de se programar e procurar trajetos mais curtos até o seu destino.

Durante a pandemia, o compartilhamento de informações sobre os transportes foi muito utilizado, as pessoas identificavam o nível de lotação do transporte público, o andamento do trânsito e escolhiam uma rota ou um horário mais vazio para prevenir um possível contato com o vírus.

Maior conectividade

O 5G é uma realidade que vem ganhando espaço e promete se firmar no mercado em 2023. De acordo com o Ministério das Comunicações, enquanto o 4G tem um nível de conectividade que permite o encadeamento de até 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado, o 5G tem capacidade de suportar até 1 milhão de dispositivos simultaneamente.

Trazendo para a mobilidade urbana, a conectividade em tempo real desse número exorbitante de aparelhos promete melhorar os fluxos de trânsito, aumentando a velocidade de comunicação entre as centrais de controle dos aplicativos de mobilidade e os motoristas, oferecendo rotas mais assertivas enquanto evita engarrafamentos e reduz o tempo das corridas.

Parcerias entre o setor público e privado

O investimento em tecnologias de alinhamento entre os meios de transportes públicos e privados facilitou a vida de várias pessoas. Procurar o caminho até o seu destino no Google e receber diversas possibilidades de rotas com a opção de incluir carros particulares de aplicativos durante a pesquisa, que completando o trajeto em locais que passam poucos ônibus, por exemplo, tornou o deslocamento dos passageiros mais acessível, seguro e efetivo.

ESG e sustentabilidade

Com o aumento da conscientização dos passageiros sobre causas sociais e ambientais, eles se tornaram mais exigentes com os serviços que contratam. Para se adequar a essas novas demandas dos clientes, as empresas passaram a se comprometer mais com a ética e sustentabilidade, por isso a abordagem ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance) ganhou maior relevância em todos os segmentos, e não seria diferente com o setor de mobilidade.

As ações ESG aumentam a eficiência das operações, reduzem os custos, os desperdícios de matéria-prima e garantem o maior aproveitamento dos recursos. Além disso, as práticas ESG potencializam as relações entre as lideranças e os funcionários, melhorando o ambiente de trabalho e a qualidade de vida de todos, refletindo na reputação e imagem positiva da marca. Isso faz com que os colaboradores desempenhem suas funções com mais qualidade e eficiência e com que a empresa se destaque no mercado.

Aumento de pedidos delivery

Desde a pandemia os hábitos de consumo das pessoas mudaram e a busca pela praticidade nunca foi tão importante. Na primeira onda da doença, o delivery passou a ser utilizado como uma alternativa para reduzir os riscos do contato com o vírus da COVID-19. Agora, ele se tornou parte do estilo de vida das pessoas. Através de sites e aplicativos, pode-se  fazer qualquer pedido por delivery, desde comidas de restaurante até compras em farmácias, mercados, pet shops e os demais estabelecimentos.

O elevado número de pedidos delivery acarreta no aumento de veículos nas ruas, principalmente motos, que são mais utilizadas para esse tipo de entrega por aplicativo.

Redução no número de carros próprios

O aumento dos custos com gasolina, seguros, mecânico, impostos e despesas gerais, juntamente ao constante crescimento do mercado e do número de aplicativos de locomoção, seu custo-benefício influenciaram diretamente a escolha das gerações mais jovens pela utilização de carros particulares de aplicativos ao invés de investir em um carro próprio.

Ademais, é possível ver muitas pessoas da geração Z preferindo utilizar bicicletas e patinetes para realizar trajetos mais curtos. Um dos fatores para essa troca foi a extensão das ciclovias nos centros urbanos, o que torna o trajeto nesses meios de transporte mais rápido e seguro para a população.

No que diz respeito à mobilidade urbana, 2023 chega com diversas tendências engatilhadas e um setor pronto para abraçar as inovações tecnológicas e a mudança do estilo de vida das pessoas e das cidades. A sustentabilidade e a digitalização, sem dúvidas, serão as palavras que vão guiar o setor de mobilidade neste ano.

*Antonio Vieira é CEO da Gostei

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