(Thomas Barwick/Getty Images)
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Publicado em 19 de novembro de 2024 às 13h00.
*Por Bruna Lourenço
Nos dias atuais, a Experiência do Colaborador (EX) tornou-se um pilar fundamental para o sucesso das empresas que buscam um diferencial competitivo. Ao proporcionar experiências positivas e significativas aos seus funcionários, as organizações adotam uma importante estratégia que tem como principal objetivo valorizar o capital humano, além de contribuir para o aumento do engajamento, retenção de talentos e, consequentemente, aumentar a conexão dos colaboradores com o negócio e entregas de alta performance.
Outro pilar importante dessa estratégia, está relacionada diretamente aos custos. Estudos demonstram que o turnover pode impactar às empresas, em média, até 200% do salário anual de um colaborador. Em setores com alta rotatividade, como varejo e tecnologia, essa realidade é ainda mais desafiadora. Segundo uma pesquisa da Gallup, empresas que se dedicam a melhorar a experiência dos profissionais têm um aumento de 50% nas receitas. Isso se deve ao fato de que colaboradores satisfeitos e engajados tendem a ser mais produtivos e a apresentar melhor desempenho.
No entanto, a implementação de uma cultura EX eficaz enfrenta grandes desafios. Por se tratar de uma estratégia que coloca o colaborador como o centro de tudo, ela precisa abranger toda a jornada do profissional dentro da organização, e isso impacta desde a divulgação da vaga até um possível momento de desligamento.
Um dos principais desafios ao implementar uma estratégia de Experiência do Colaborador está relacionado à resistência à mudança. A transformação cultural é um processo complexo e que exige tempo e dedicação principalmente das lideranças.
Nessa etapa é fundamental estabelecer uma comunicação consistente e transparente quanto aos benefícios da mudança e envolver os profissionais nesse processo. Líderes que não demonstram um comportamento coerente com os novos valores adotados pela empresa podem minar os esforços de implementação da EX.
Muitas empresas podem enfrentar dificuldades para alocar os recursos necessários e até mesmo quantificar o retorno sobre o investimento. Embora possa contribuir para métricas como engajamento e satisfação, é necessário estabelecer uma relação direta com os resultados financeiros, o que nem sempre é simples mensurar.
Nessa etapa a coleta e análise de dados se tornam essenciais para avaliar o impacto das iniciativas adotadas. Mas vale destacar que muitas empresas ainda não possuem as ferramentas e os processos adequados para realizar essa tarefa, sendo importante uma análise do setor responsável nesse sentido.
Transformar uma cultura organizacional consolidada é um processo gradual que requer significativa persistência. É fundamental dedicar um esforço contínuo para redefinir os valores e crenças da empresa, reconhecendo a singularidade de cada colaborador e suas necessidades específicas.
Proporcionar experiências personalizadas pode ser um desafio, especialmente em organizações de maior porte.
Todo esforço e persistência é recompensado. As empresas que conseguem implementar uma estratégia sólida de Employee Experience observam benefícios diretos. Com colaboradores mais motivados não apenas é possível obter melhores resultados, como também se tornam defensores da marca, atraindo novos talentos de forma orgânica.
Uma marca empregadora forte é um ativo valioso para qualquer organização. Ela representa a percepção que os colaboradores, candidatos e o público em geral têm sobre a empresa como um bom lugar para trabalhar. Ao investir nessa construção, de marca empregadora positiva, as empresas podem colher diversos benefícios, como:
A retenção de talentos, que para muitas empresas acaba sendo um dos maiores desafios, se favorece dessa estratégia. Pois ao cuidar da jornada do profissional, as empresas preservam o conhecimento interno, o que pode ser vital em um mercado em constante evolução.
Além disso, colaboradores satisfeitos tendem a trazer inovação e criatividade, características essenciais para a competitividade no cenário atual.
De acordo com a Deloitte, 94% dos executivos acreditam que a cultura organizacional é fundamental para o sucesso de um negócio, mas apenas 12% estão satisfeitos com sua atual cultura.
Por fim, podemos concluir que a adoção da cultura de Employee Experience como uma estratégia de negócios não é apenas uma tendência passageira; é uma necessidade para empresas que desejam prosperar em um mercado cada vez mais competitivo.
Ao valorizar a experiência do colaborador em todas as etapas, as organizações não só melhoram o clima interno, mas também se colocam em uma posição vantajosa frente à concorrência. O retorno sobre o investimento em
Employee Experience se traduz em maior satisfação, retenção de talentos e, por fim, aumento nas receitas. O que parece ser um investimento em pessoas acaba se mostrando uma sólida estratégia de negócios.
*Bruna Lourenço é head de Experiência do Colaborador na SPAR Brasil, uma das duas principais empresas de merchandising de varejo do País.
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