Não vacinados têm até 13 vezes mais chance de morrer por covid, diz estudo
Estudo realizado com 600 mil pessoas com mais de 18 anos nos Estados Unidos faz uma comparação entre os casos de covid dos vacinados e não vacinados
Bússola
Publicado em 4 de outubro de 2021 às 17h18.
Última atualização em 4 de outubro de 2021 às 17h19.
Por Marcelo Tokarski*
Um estudo que acaba de ser divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) é a mais nova prova cabal do efeito positivo das vacinas contra a covid-19. De acordo com o CDC, uma pessoa não vacinada tem um risco muito maior de se contaminar e, caso infectado, necessitar de internação hospitalar e até mesmo morrer. Essa lógica não é uma grande novidade, mas o que impressiona é o grau de proteção agora medido e comprovado pelo estudo, um dos maiores já feitos no mundo.
Para se ter uma ideia, uma pessoa que contraí o vírus e não esteja imunizada tem até 13 vezes mais chances de morrer do que alguém que contraiu a doença após receber as duas doses ou dose única de alguma vacina. Sempre comparando infectados sem vacina e com vacina, a chance de os primeiros necessitarem de internação é dez vezes maior que os já imunizados.
Por fim, uma pessoa não vacinada tem cinco vezes mais chances de se contaminar do que alguém que já recebeu as duas doses ou dose única. Vale lembrar que esses cenários já levam em conta um contexto onde a variante predominante é a Delta, caso dos Estados Unidos e de muitos estados brasileiros. Nos locais onde essa variante, que é mais contagiosa, ainda não chegou com força, a chance de uma pessoa não imunizada se contaminar chega a ser 11 vezes maior do que entre os imunizados.
O estudo é um dos mais robustos até aqui, tendo levado em consideração 600 mil pessoas com mais de 18 anos que, nos Estados Unidos, receberam as vacinas da Pfizer, Moderna e Jansen. E deveria ser lido por todos aqueles que continuam negando a importância dos imunizantes na corrida para frear a pandemia em todo o mundo.
E no Brasil?
Por aqui, as duas vacinas mais aplicadas nos brasileiros são a AstraZeneca e a Coronavac, que não foram analisadas pelo CDC. Mas há diversos outros estudos mostrando a eficácia da cobertura vacinal. Para além dos estudos científicos, temos também as estatísticas da pandemia, que vem perdendo força.
O Brasil deve atingir hoje o patamar de 70% da população vacinada com a primeira dose e 44% com duas doses ou dose única. Estado mais avançado nesse quesito, São Paulo está rompendo a barreira dos 80% vacinados com pelo menos uma dose. Também em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, quase 60% já receberam as duas doses.
Mesmo com a proliferação da Delta, o avanço da vacinação tem controlado o número de casos e de mortes por covid-19. A média móvel de óbitos neste domingo ficou em 501, um quadro de estabilidade há praticamente um mês. O número de novos casos registrados também tem girado em torno de 16 mil, em estabilidade. Hoje, a pandemia avança em cinco estados (Acre e Roraima, Piauí, Ceará e Sergipe) e no Distrito Federal. Em 11 estados há queda nos indicadores e em dez, estabilidade.
Tanto os estudos científicos quanto os números da pandemia são provas irrefutáveis de que as vacinas são a forma mais eficaz de combate ao coronavírus. Termos uma minoria que ainda nada contra essa corrente chega a ser algo inexplicável.
*Marcelo Tokarskié sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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