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Marlos Baptista: na COP 29, empresas tech revelam porque investem contra problemas ambientais

Evento em Baku destacou o papel de dados, ciência e tecnologia no combate às mudanças climáticas, além de avanços como a meta brasileira de reduzir 67% das emissões até 2035.

A COP é o berço das políticas climáticas e de pautas estratégicas (imagesourcecurated/envato)
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Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 10h00.

Marlos Baptista, diretor de Sustentabilidade da Imagem Geosistemas*

Tive a oportunidade de observar e viver, na prática, a Conferência das Partes (COP29) em Baku, no Azerbaijão.Durante o período de 11 a 22 de novembro, importantes discussões se refletiram em todos os níveis: da visão mais operacional aos chefes de Estado e núcleos executivos das grandes corporações.

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A importância da COP

A COP é o berço das políticas climáticas e de pautas estratégicasque orientam intenções, movimentos, demandas setoriais e necessidades globais. Esta é uma reunião anual de signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima ( UNFCCC, na sigla em inglês), que tem como objetivo debater medidas e encontrar soluções para problemas ambientais que afetam o planeta. Participam desta conferência os 193 países da ONU e cinco territórios, incluindo o Brasil.

Este ano, vimos desdobramentos importantes relacionados às agendas de financiamento climático, regulação do mercado de carbono, energias renováveis, promoção do turismo sustentável, tecnologias sustentáveis e medidas de adaptação climática. Esses pontos são base para a tão esperada COP30 no Brasil, que será realizada em 2025, em Belém (PA).

Dados, ciência e tecnologia como pilares

Esses debates trazem desafios ainda maiores, demandando uma efetiva colaboração de toda a massa empresarial. E é aqui que entramos com a criação de soluções baseadas em tecnologia, dados e ciência, que podem transformar a forma como enfrentamos os desafios climáticos e sociais que impactam o planeta.

O primeiro quesito são os dados, pois para enfrentar os problemas ambientais, precisamos de uma plataforma que capture a realidade e crie um banco de informações confiável. O segundo ponto é a ciência, pois necessitamos de uma plataforma que suporte a implementação, integração e conexão de bases de conhecimento para informar nossas decisões. Por último, tecnologia, porque precisamos de sistemas que forneçam uma base para as melhores práticas. Por exemplo, processos e aplicações para desenvolvimento rápido, como plataformas de low-code. Esses sistemas devem permitir tanto análises simples quanto complexas, oferecendo previsões e insights que direcionem soluções práticas.

Tecnologias geoespaciais no monitoramento climático

Ao integrar esses três pilares, é possível construir soluções robustas e eficazes para combater os efeitos das mudanças climáticas.Tecnologias geoespaciais, por exemplo, possibilitam o monitoramento contínuo das mudanças ambientais e a criação de cenários que suportam a tomada de decisão ágil e eficaz.

Acredito que focarmos nessa missão, nos permitirá enfrentar desafios relevantes para a sustentabilidade, de transições energéticas, logística verde, à economia circular.

Como cientistas de soluções, nossa responsabilidade será transformar políticas em plataformas, desenvolver instrumentos e criar ferramentas que sustentam processos e negócios, seja no financiamento climático , em estratégias de descarbonização, na busca por justiça social, na transição energética ou na adaptação climática.

Meta brasileira e aprendizados

Durante os 10 dias intensos em Baku, no Azerbaijão, compartilhamos, discutimos e provocamos reflexões sobre esses temas e estratégias; inclusive, presenciamos o importante anúncio do Brasil em relação à meta de reduzir em 67% as emissões de gases de efeito estufa até 2035,em relação ao ano de 2005. O anúncio foi feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que destacou ser um novo paradigma para o desenvolvimento econômico e social do país.

A primeira COP ocorreu em 1995, em Berlim, na Alemanha, e entre as principais conquistas obtidas até aqui está o Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005 - o tratado visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global. Outra importante decisão foi o Acordo de Paris, assinado na COP21 e adotado em 2015, que tem por objetivo fortalecer a resposta à ameaça da mudança do clima e reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos gerados pelo aquecimento global. Este é um tema fortemente tratado desde então, o que demonstra a relevância deste encontro anual.

Então, para fechar, deixo aqui algumas lições aprendidas no evento deste ano. A primeira delas é que as soluções tecnológicas podem apoiar empresas e governos na prevenção de desastres naturais, no monitoramento de emissões de carbono e na implementação de sistemas que acelerem a transição para um futuro sustentável. O segundo tema é o tripé “Dados, Ciência e Tecnologia”, que pode construir soluções robustas e eficazes para combater os efeitos das mudanças climáticas. Na sequência, as tecnologias geoespaciais possibilitam o monitoramento contínuo das mudanças. E, por fim, que o Brasil tem muito a oferecer no campo das tecnologias sustentáveis, com potencial para inspirar e colaborar com a comunidade global em busca de um futuro mais resiliente e equilibrado.

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