Programa ajuda a despertar o lado de liderança dos colaboradores (oatawa/iStockphoto)
Bússola
Publicado em 28 de setembro de 2022 às 15h00.
Por Bússola
O mercado de trabalho tem estado no centro das discussões, não somente porque há casos de empresas que estão fazendo demissões em massa, mas porque diversos profissionais têm buscado novas oportunidades, aumentando o nível de rotatividade nas companhias. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), somente em março deste ano, mais de 600 mil trabalhadores brasileiros pediram demissão. Além disso, segundo estudo realizado em dezembro de 2021, pela rede social LinkedIn, 49% dos brasileiros disseram considerar mudar de emprego neste ano.
Nesse cenário, negócios de diferentes setores estão desenvolvendo estratégias para reterem talentos, e assim, têm surgido programas em que colaboradores adquirem partes das empresas, o que além de benefícios financeiros, traz mais produtividade e engajamento por parte dos profissionais.
A SGA TI em Nuvem, empresa especializada em soluções de tecnologia em nuvem, modernização de dados e cibersegurança, além de passar a oferecer mais benefícios para os funcionários, criou o programa “Eu sou SGA”, em que depois de dois anos na companhia, todos os colaboradores ganham uma cota do negócio baseada no valuation. Os profissionais podem resgatar o valor depois de mais dois anos ou deixar que acumule baseado no valor do negócio.
“Temos uma cultura muito forte e por isso, se um colaborador chega a dois anos de casa, é porque está em sinergia com o nosso propósito. O programa é uma forma de valorizarmos nossos talentos, contribuindo para que se mantenham engajados e queiram permanecer na empresa. Atualmente, 20% do nosso time já faz parte do programa, e apesar destes colaboradores não serem parte do quadro societário, participam de reuniões estratégicas comigo, contribuindo com tomadas de decisões importantes sobre o futuro do negócio”, afirma Armindo Sgorlon, CEO da SGA TI em Nuvem.
Outro exemplo, é a Medictalks, healthtech que oferece uma plataforma digital de acesso gratuito com conteúdos feitos por médicos, para médicos, onde profissionais de todo o país compartilham experiências reais de vida e conhecimento científico relevante e atualizado. A startup desenvolveu um programa de partnership, em que colaboradores que possuem um ótimo desempenho recebem o direito sobre um número de ações da empresa, que acompanham a valorização de mercado da companhia. Assim, estes profissionais se tornam sócios.
“O programa tem o objetivo de despertar o espírito de dono nas pessoas do time, que é um dos valores da healthtech. Muito além do incentivo financeiro, as pessoas passam a olhar o negócio como algo realmente delas, o que aumenta consideravelmente a performance e comprometimento. Além disso, esta ação é uma forma de reter talentos e valorizar as pessoas que são responsáveis pelo nosso suecsso”, diz André Brandão, CEO da Medictaks.
Já a Vivalisto, primeira proptech que oferece uma plataforma completa para corretores de imóveis e imobiliárias de nicho, com o objetivo de empoderar os profissionais, fazendo com que sejam protagonistas no segmento imobiliário, também possui um programa de partnership, que tem o objetivo de reter e engajar profissionais. “Aqueles que alcançam os melhores desempenhos ganham uma porcentagem do negócio baseada no valuation de mercado. Os nossos colaboradores são um dos nossos pilares mais importantes e por isso, queremos que permaneça conosco, contribuindo para o desenvolvimento da proptech”, afirma Eduardo Menegatti, CEO da Vivalisto.
E os exemplos não param por aí. A Showkase, plataforma inovadora de Social Commerce que transforma vendedores em consultores e possibilita as empresas a terem uma melhor relação com seus clientes no processo de venda e satisfação, possui o modelo stock options. Com isso, os funcionários logo quando entram na empresa ganham ações que podem ser resgatadas no futuro.
“Além disso, possuímos um programa em que os colaboradores que estão engajados com a empresa, acreditam na nossa cultura e, principalmente, no nosso modelo de negócio, podem se tornar sócios de acordo com um percentual base da empresa. Nós já temos, inclusive, alguns cases da área de tecnologia. Isto demonstra o quanto está no nosso DNA essa cultura de pertencimento, proporcionar o sentimento de verdadeiros donos do negócio para os nossos funcionários”, declara Jefferson Araújo, CEO da Showkase.
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