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3 perguntas de ESG para Marcelo Lyra, da Acelen

VP de Relações Institucionais, ESG e Comunicação da controladora da Refinaria de Mataripe mostra por que a sigla de três letras tem, sim, muito a ver com empresas que mexem com petróleo

Marcelo Lyra, VP RI de Comunicação da Acelen (Sergio Zacchi/Divulgação)

Marcelo Lyra, VP RI de Comunicação da Acelen (Sergio Zacchi/Divulgação)

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Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 21h44.

Por Renato Krausz

Como a Acelen está integrando os aspectos ESG ao seu negócio?

Assumimos a Refinaria de Mataripe em dezembro de 2021, mesma data em que a Acelen foi criada e, desde então, ESG está no centro das nossas decisões estratégicas. Esta é uma das bases do nosso negócio, que contempla ainda a busca constante por eficiência operacional. Para definir nossa estratégia ESG, ouvimos os nossos principais stakeholders internos e externos e construímos a nossa matriz de materialidade e as metas corporativas. Nossos pilares em ESG consistem em pessoas e impacto socioeconômico, integridade ambiental e mudanças climáticas, e ainda robustas práticas de compliance e atuação ética.

Além das nossas iniciativas direcionadas para ESG, os investimentos em produção, comercialização e recursos humanos reverberam em diversas esferas, sempre com o propósito de incentivar o desenvolvimento coletivo e gerar oportunidades. Hoje, a Refinaria de Mataripe representa 10% do PIB da Bahia e 17% do ICMS do estado.

Neste contexto, é importante destacar que a Acelen nasceu como gestora de uma refinaria, mas pretende ir muito além do refino e assumir papel de protagonista no processo de transição energética do Brasil. Queremos ampliar nossos investimentos, considerando  outras matrizes de geração de energia, como a eólica e a solar, tornando a empresa referência em excelência energética, inclusive no que diz respeito aos aspectos ESG, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento social e econômico do país.

O que a Acelen tem feito para reduzir os impactos ambientais da refinaria?

Estamos investindo em tecnologias para reduzir a emissão de particulados em nossa operação e a geração de gases de efeito estufa, além do consumo de gás natural. Seguimos os mais rigorosos protocolos internacionais de segurança para garantir e preservar a qualidade de nossas operações e do meio ambiente, tanto em terra, quanto no mar.

Apenas neste primeiro ano, destinamos R$ 60 milhões para equipamentos de preservação ambiental. Em poucos meses, reduzimos em 18.000 toneladas o volume de CO² emitido na atmosfera; diminuímos em 55% as perdas e volume de gás enviado ao flare; melhoramos em 5% a eficiência energética e consumimos menos 10% de água por óleo processado, a melhor relação desde 2018. Além disso, a partir do ano que vem, vamos eliminar o uso do cloro nas unidades da refinaria.

Em outra frente, em agosto deste ano, em uma iniciativa inédita, adquirimos a primeira carga de petróleo com neutralização do carbono gerado na logística marítima. Dois meses depois, repetimos a iniciativa, mas, desta vez, em uma escala bem maior, praticando zero pegada de carbono em todo o ciclo de transporte marítimo de uma carga de dois milhões de barris de petróleo trazidos da Angola por um VLCC (Very Large Crude Carrier), maior classe de navios petroleiros em operação. Os créditos foram gerados por meio de um projeto de manejo sustentável no Aterro Sanitário de Salvador, operado pelo Grupo Solví, líder no Brasil na geração de energia limpa através do biogás. Ao invés de emitir o gás metano na atmosfera, é realizada a captação ativa dele e, por meio da usina termelétrica, gerados energia e créditos equivalentes de carbono certificados pela ONU.

A ação é duplamente importante para o meio ambiente, pois, ao mesmo tempo em que promove a valorização dos resíduos, agrega o benefício climático, reforçando o compromisso da Acelen com a sustentabilidade e com a Bahia.

E em relação ao social, o que foi feito neste primeiro ano?

Como costumamos dizer, queremos estar onde a Bahia precisa. Nosso compromisso é estimular o desenvolvimento social e econômico da região. Por isso, desde que chegamos, adotamos uma postura de proximidade com as comunidades do entorno, ouvindo as demandas e debatendo melhorias por meio dos Conselhos Consultivos Comunitários, criados em conjunto com as lideranças locais. Com o apoio da AVSI Brasil, uma organização sem fins lucrativos que atua na melhoria das condições de vida de pessoas em situações de vulnerabilidade social, foi feito um estudo e mapeadas as necessidades, especialmente, das cidades no entorno da refinaria.

Após análise social, foram selecionadas 11 iniciativas, totalizando R$5,6 milhões em investimentos. Uma delas foi a parceria com a Fundação Banco do Brasil para capacitar 200 jovens, preparando-os para o início de uma jornada no mercado de trabalho. Abraçamos outras iniciativas, como as Obras Sociais de Irmã Dulce, adotando duas turmas do ensino fundamental; e fechamos parceria com a Unicef para oferecer mais saúde e higiene a 32 escolas, apoiando mais de 6 mil pessoas na prevenção contra a Covid-19.

Destinamos, ainda, R$ 16 milhões para capacitação e profissionalização. Criamos um centro de formação próprio, inédito no setor privado, para formação de equipes de alta performance. E, em parceria com Senai Bahia e Senai/Cimatec, oferecemos cursos de formação para manutenção e operação, com vagas também para PCD, o que reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento da Bahia, da refinaria e das pessoas, ampliando oportunidades de emprego e renda na empresa e em sua cadeia.

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