Uso da força será necessário na Venezuela, diz Eduardo Bolsonaro
Em entrevista ao jornal chileno La Tercera, deputado disse que "todas as opções estão na mesa", quando questionado sobre a possibilidade de intervenção
Tamires Vitorio
Publicado em 22 de março de 2019 às 16h53.
São Paulo — O deputado Eduardo Bolsonaro , em uma entrevista realizada nesta sexta-feira (22) ao jornal chileno La Tercera , afirmou que "o uso da força será necessário em determinado ponto", apesar de o Brasil não "querer uma guerra".
"Guerra é ruim. Vidas são perdidas e existe todo um problema de efeitos colaterais, mas Maduro não deixará o poder de forma pacífica e, em algum momento, o uso da força será necessário. Ele sabe que assim que sair do poder, irá para a cadeia", disse.
O parlamentar disse, ainda, que "todas as opções estão na mesa", quando questionado sobre a possibilidade de intervenção militar na Venezuela , levantada por repórteres durante a visita de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.
“Sabemos que o regime autoritário de Nicolás Maduro utiliza muito a força, a tortura, a prisão política e teremos que ter em mente que não estamos lidando com um democrata, aberto a ideias diferentes, mas sim com um homem que está vendo sua população morrer de fome e continua querendo poder. Então, sim, todas as opções estão na mesa", completou.
"Chávez, por exemplo, iniciou um processo de desarmamento durante seu governo exatamente para ficar confortável e usar as armas contra o povo venezuelano", completou.
Para Eduardo Bolsonaro, a crise na Venezuela só poderá ser resolvida com a ajuda das forças armadas do país, pois se trata da única forma "pacífica" de retirar Maduro do poder.
"Se alguma atitude militar acontece, Maduro se colocará como vítima e dirá que a democracia está sendo atacada e muitos outros políticos repetirão este discurso. Acredito que será uma medida tomada pelos próprios venezuelanos, não há tempo ou medida certa. O pior que pode acontecer é Maduro continuar no poder porque, diariamente, as pessoas estão morrendo.”
O deputado também citou a situação que os venezuelanos passam na fronteira e que muitos afirmam que saíram do país presidido por Maduro porque "não havia mais cachorros e nem gatos para comer". "Onde acontecem situações como essa, não existe mais democracia", afirmou.
Eduardo Bolsonaro está no Chile porque seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, está visitando o país para realizar reuniões com políticos chilenos e outros líderes da América do Sul.
Nesta sexta-feira (22), Sebastian Piñera, o presidente do Chile, anunciou a criação do bloco Prosul, que pretende coordenar os países sul-americanos "sem burocracia excessiva", em uma reação ao grupo Unasul e sua posição sobre a crise venezuelana.
Eduardo também viajou com o pai para os Estados Unidos e esteve presente no encontro de Bolsonaro com o presidente americano Donald Trump.