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Usinas desligam turbinas para economizar água

Esse é mais um sinal de agravamento nas condições de suprimento de energia

Usina de Itaipu: a medida tem sido adotada em algumas usinas de Furnas, da Cemig e da AES Tietê, além da hidrelétrica de Itaipu (Nani Gois)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 10h18.

Rio - Em mais um sinal de agravamento nas condições de suprimento de energia , o Operador Nacional de Energia Elétrica (ONS) tem solicitado a alguns geradores que desliguem ou alterem o modo de operação de algumas turbinas de suas hidrelétricas durante a madrugada para economizar água dos reservatórios.

A medida tem sido adotada em algumas usinas de Furnas, da Cemig e da AES Tietê, além da hidrelétrica de Itaipu.

As informações constam no documento "Diretrizes para a Operação Elétrica com Horizonte Mensal - Abril de 2014", disponível no site do ONS.

No material, o operador explica que o desligamento das turbinas faz parte de algumas ações adotadas para recuperar o nível dos reservatórios do Sudeste, em razão do baixo volume de água armazenado na região, sobretudo nas hidrelétricas localizadas na bacia do Rio Grande.

Segundo o documento, o operador tem pedido às empresas o "desligamento de várias máquinas ou a operação como gerador sincronizado praticamente a vazio ou unidades despachadas na modalidade como compensador síncrono".

As usinas que já adotam essas medidas são: Marimbondo, Furnas, Luiz Carlos Barreto, Itumbiara, Emborcação, Nova Ponte, Mascarenhas de Moraes e Água Vermelha, além de Itaipu - no caso da hidrelétrica binacional, o corte de máquinas foi limitado a três das 20 unidades geradoras.

Operar no modo síncrono também significa economizar água. Uma unidade geradora é composta por um gerador e por uma turbina. Em uma situação normal, a turbina, "afogada" pela água, gira pela força das correntezas do rio, movendo o gerador. Mas, no modo síncrono, a água não chega ao local onde está a turbina, que fica inativa. Nessa situação, o gerador passa a funcionar como um motor.

Nesse modo, as unidades geradoras deixam de produzir energia ativa, que é a parte elétrica da energia e é usada para ligar aparelhos, e produz somente energia reativa, que gera o campo magnético necessário para a transmissão da energia ativa.


Carga

Essas medidas têm sido tomadas pelo operador durante a madrugada porque é o período de menor carga de energia. O ex-diretor de geração da Cesp e sócio-fundador da consultoria Consili, Silvio Areco, diz que a diminuição no consumo leva à redução na produção de energia ativa, mas que o sistema de transmissão continua demandando energia reativa.

"Ter geradores síncronos operando de madrugada é algo relativamente corriqueiro", afirmou.

Segundo Areco, chama a atenção o fato de o operador ter pedido que as medidas fossem adotadas pela hidrelétrica Furnas, que tem o maior reservatório da bacia do Rio Grande.

Ao diminuir a geração total de energia dessa usina para poupar água, as demais hidrelétricas a jusante - o lado para onde o rio corre - precisam ter parte das turbinas desligadas para compatibilizar a produção de energia com o fluxo de água liberado.

Na avaliação do executivo, essa situação mostra que o operador e o governo federal estão usando todos os recursos técnicos disponíveis para evitar ao máximo o racionamento de energia.

"O operador está esticando ao máximo a disponibilidade de água na esperança da chegada das chuvas", disse. No domingo, 13, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do País, operavam com 36,77% da capacidade.

Além dessas medidas relacionadas às hidrelétricas, o operador tem desligado, das 1h às 8h de segunda-feira a sábado e das 1h às 17h de domingo, a linha de transmissão Rio das Éguas - Bom Jesus da Lapa II para ampliar o intercâmbio de energia entre as regiões.

Isso aumentou a importação pelo Sudeste em 400 MW médios por meio da Interligação Norte-Sudeste. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A medida tem sido adotada em algumas usinas de Furnas, da Cemig e da AES Tietê, além da hidrelétrica de Itaipu.

As informações constam no documento "Diretrizes para a Operação Elétrica com Horizonte Mensal - Abril de 2014", disponível no site do ONS.

No material, o operador explica que o desligamento das turbinas faz parte de algumas ações adotadas para recuperar o nível dos reservatórios do Sudeste, em razão do baixo volume de água armazenado na região, sobretudo nas hidrelétricas localizadas na bacia do Rio Grande.

Segundo o documento, o operador tem pedido às empresas o "desligamento de várias máquinas ou a operação como gerador sincronizado praticamente a vazio ou unidades despachadas na modalidade como compensador síncrono".

As usinas que já adotam essas medidas são: Marimbondo, Furnas, Luiz Carlos Barreto, Itumbiara, Emborcação, Nova Ponte, Mascarenhas de Moraes e Água Vermelha, além de Itaipu - no caso da hidrelétrica binacional, o corte de máquinas foi limitado a três das 20 unidades geradoras.

Operar no modo síncrono também significa economizar água. Uma unidade geradora é composta por um gerador e por uma turbina. Em uma situação normal, a turbina, "afogada" pela água, gira pela força das correntezas do rio, movendo o gerador. Mas, no modo síncrono, a água não chega ao local onde está a turbina, que fica inativa. Nessa situação, o gerador passa a funcionar como um motor.

Nesse modo, as unidades geradoras deixam de produzir energia ativa, que é a parte elétrica da energia e é usada para ligar aparelhos, e produz somente energia reativa, que gera o campo magnético necessário para a transmissão da energia ativa.


Carga

Essas medidas têm sido tomadas pelo operador durante a madrugada porque é o período de menor carga de energia. O ex-diretor de geração da Cesp e sócio-fundador da consultoria Consili, Silvio Areco, diz que a diminuição no consumo leva à redução na produção de energia ativa, mas que o sistema de transmissão continua demandando energia reativa.

"Ter geradores síncronos operando de madrugada é algo relativamente corriqueiro", afirmou.

Segundo Areco, chama a atenção o fato de o operador ter pedido que as medidas fossem adotadas pela hidrelétrica Furnas, que tem o maior reservatório da bacia do Rio Grande.

Ao diminuir a geração total de energia dessa usina para poupar água, as demais hidrelétricas a jusante - o lado para onde o rio corre - precisam ter parte das turbinas desligadas para compatibilizar a produção de energia com o fluxo de água liberado.

Na avaliação do executivo, essa situação mostra que o operador e o governo federal estão usando todos os recursos técnicos disponíveis para evitar ao máximo o racionamento de energia.

"O operador está esticando ao máximo a disponibilidade de água na esperança da chegada das chuvas", disse. No domingo, 13, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do País, operavam com 36,77% da capacidade.

Além dessas medidas relacionadas às hidrelétricas, o operador tem desligado, das 1h às 8h de segunda-feira a sábado e das 1h às 17h de domingo, a linha de transmissão Rio das Éguas - Bom Jesus da Lapa II para ampliar o intercâmbio de energia entre as regiões.

Isso aumentou a importação pelo Sudeste em 400 MW médios por meio da Interligação Norte-Sudeste. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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