Tirar servidores da reforma foi estratégia, diz líder do governo
Segundo o líder na Câmara, a mudança na reforma da Previdência "não foi recuo", mas sim uma "estratégia política de deslocar os pontos de tensionamento"
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de março de 2017 às 14h04.
Brasília - Rechaçando o termo "recuo", o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que a decisão do Executivo de retirar servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência foi uma estratégia do governo para eliminar parte das 164 emendas apresentadas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Outros aliados do governo também admitiram que a mudança faz parte dessa estratégia política.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), contou que a decisão do Palácio do Planalto foi uma estratégia para transferir a pressão de categorias organizadas e mobilizadas, como professores e policiais, para as esferas regionais, de forma a obrigar governadores e prefeitos a encamparem a defesa da reforma previdenciária.
"Não foi recuo, foi estratégia política de deslocar os pontos de tensionamento para os Estados", afirmou o deputado.
De acordo com o líder do governo, as sugestões de alteração ao projeto ficam prejudicadas porque tratavam das categorias do serviço público estadual e municipal, como professores e policiais.
Emendas
A liderança do governo estima que 17% das emendas tratam sobre professores e policiais civis, mas nem todas poderiam ser descartadas porque abrangem também servidores federais destas categorias.
A maioria das 164 emendas foi, inclusive, proposta por parlamentares da base de governo. Ribeiro admite que a mudança ajuda a quebrar parte das resistências dos deputados à reforma, uma vez que a decisão do governo trata de categorias com significativa representação no Congresso Nacional. Os parlamentares já sofrem a pressão do eleitorado.