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Temer não foi responsável por contratação de gráficas, diz defesa

TSE apura se houve abuso de poder político e econômico na chapa Dilma/Temer no âmbito de um processo que pode levar à cassação do peemedebista

Temer: nem o presidente nem o partido "detêm conhecimento sobre qualquer irregularidade", diz defesa (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 21h35.

Brasília - O então candidato a vice-presidente Michel Temer e o PMDB não foram os responsáveis pelas contratações das gráficas Focal, VTPB e Rede Seg para a campanha de Dilma Rousseff (PT) e Temer nas eleições de 2014, informou nesta sexta-feira, 16, o defensor do presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), advogado Gustavo Guedes.

Em nota à imprensa, Guedes disse que, como Temer e o PMDB não decidiram sobre a contratação das empresas, nem o presidente nem o partido "detêm conhecimento sobre qualquer irregularidade no pagamento e na prestação dos serviços".

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A manifestação da defesa de Temer foi feita depois de o Ministério Público Eleitoral (MPE) encontrar "fortes traços de fraude e desvio de recursos" ao analisar as informações colhidas com a quebra do sigilo bancário das gráficas contratadas pela vitoriosa chapa Dilma/Temer em 2014.

"O resultado pericial, se comprovado em conjunto com outras provas, demandará investigação criminal, a ser instaurada em juízo e procedimento próprios, a fim de buscar os responsáveis pelas ilicitudes, sendo, pois, matéria estranha às ações em trâmite no TSE", disse o advogado de Temer no TSE.

O TSE apura se houve abuso de poder político e econômico na chapa Dilma/Temer no âmbito de um processo que pode levar à cassação do peemedebista e à realização de eleições indiretas em 2017.

Em outubro, o relator do processo, ministro Herman Benjamin, determinou a quebra do sigilo bancário das gráficas e de seus sócios.

Para o defensor de Dilma, advogado Flávio Caetano, "os novos trabalhos periciais apresentados ao TSE pecam pela inconsistência e pela falta de conclusões concretas".

"É inadmissível que após quase 2 anos de intensa investigação sobre as contas da chapa Dilma-Temer, inclusive com quebra de sigilos bancários de pessoas físicas e jurídicas, tenha-se concluído de forma genérica por supostos traços de fraude e desvio", criticou Caetano.

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