Temer faz sigilo de nome para o Ministério da Justiça
Presidente preferiu adotar silêncio sobre a escolha para que o tema não contamine a sabatina de Alexandre de Moraes no Senado
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de fevereiro de 2017 às 09h31.
São Paulo - O presidente Michel Temer decidiu tratar em sigilo a escolha do novo ministro da Justiça para que o tema não contamine a sabatina desta terça-feira, 21, de Alexandre de Moraes no Senado.
Licenciado do ministério desde o último dia 6, Moraes foi indicado por Temer para integrar o Supremo Tribunal Federal e seu nome passará pela avaliação da Comissão de Constituição e Justiça.
O governo espera que a indicação de Moraes também seja votada ainda nesta terça no plenário do Senado e, embora tenha ampla maioria para aprovar o nome na Casa, quer evitar que ruídos em torno do sucessor do ministro causem embaraços na sabatina.
Desde sexta-feira, 17, quando o ex-presidente do Supremo Carlos Velloso recusou o convite para assumir a Justiça - sob a alegação de que tem contratos a honrar, em seu escritório de advocacia - Temer tenta driblar a disputa entre o PMDB e o PSDB.
A bancada do PMDB na Câmara pressiona o presidente pela nomeação de um mineiro na Justiça. O nome defendido pelo grupo é o do deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Nos bastidores, porém, senadores do PMDB reclamam das cobranças feitas pelos correligionários da Câmara.
Temer tem dito que só escolherá o novo ministro após a sabatina de Moraes. Nos últimos dias, porém, conversou com vários aliados, em São Paulo e em Brasília, mas pediu discrição.
O vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada, tem agora o apoio do senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, para assumir a Justiça.
O nome do subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, entrou nesta segunda-feira, 20, na bolsa de apostas dos citados para ocupar a pasta.
Além da preocupação em não contaminar a sabatina de Moraes no Senado, Temer também tenta contemplar a bancada do PMDB na Câmara com outros cargos.
O deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), por exemplo, ganhou força para ser o novo líder do governo na Câmara.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.