STF lavou as mãos, diz advogado de Temer sobre delação da JBS
Mariz criticou a posição de alguns ministros do Supremo de defender que os termos da delação da JBS não podem ser anulados
Reuters
Publicado em 22 de junho de 2017 às 21h40.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 06h25.
São Paulo - O advogado do presidente Michel Temer . Antonio Claudio Mariz de Oliveira, disse nesta quinta-feira que o Supremo Tribunal Federal lavou as mãos depois que a maioria da corte votou para validar a homologação da delação premiada de executivos da J&F, holding que controla a JBS.
Mariz criticou a posição de alguns ministros do Supremo de defender que os termos da delação da JBS não podem ser anulados.
"Eu confesso que me surpreende a decisão do Supremo, não em relação à manutenção do ministro Fachin, mas no que diz respeito à impossibilidade de anulação da delação", disse o advogado a jornalistas antes de um debate em São Paulo.
"Eu acho que a delação compromete a lei, compromete inclusive a equidade entre as partes. Vários outros delatores, várias outras empresas que delataram não tiveram os benefícios que essa empresa, que seus diretores estão tendo. Acho que isso é uma coisa descriteriosa", acrescentou.
Na palestra, o advogado do presidente classificou de "benesses à revelia da lei" os benefícios dados aos executivos da JBS, especialmente a isenção de punições criminais.
"O que o Ministério Público está recebendo de poderes que não lhe são naturais é muito preocupante", disse Mariz.
"Me espanta muito que o Supremo tenha lavado as mãos é permitido isso", acrescentou o advogado, afirmando que o país está encaminhando para um "Judiciário dirigido pelo Ministério Público".