SP: drive-thru de vacinação vazio e pracinha cheia na capital paulista
Baixa procura por vacinas em drive-thru do Ibirapuera contrasta com praça lotada de praticantes de atividade esportiva. Com 88% das UTIs lotadas, isolamento social na cidade pouco avançou na fase emergencial
Fabiane Stefano
Publicado em 18 de março de 2021 às 17h56.
Última atualização em 18 de março de 2021 às 19h19.
A cidade de São Paulo encontra-se no pior momento da pandemia. Com 28.722 mortos causados pela covid-19, a taxa de internação em UTIs chegou a 88% e foi registrado nesta quinta-feira, 18, o primeiro óbito por falta de leitos na cidade.
Enquanto a pandemia se agrava na cidade, no drive-thru de vacinação do Ginásio do Ibirapuera, na zona sul da capital paulista, os funcionários aguardavam pessoas com mais de 75 anos e outros grupos prioritários para receber uma dose de imunizante. Por volta das 11 da manhã desta quinta-feira, 18, não havia nenhum carro para ser atendido. A mesma situação ocorreu em boa parte do dia anterior, na quarta-feira, 17.
“No começo da semana, ficou cheio. Agora está assim, vazio. Tem vacina, mas as pessoas têm que vir aqui”, disse à EXAME uma das funcionárias que fazem a triagem na entrada do drive-thru. São 18 postos de vacinação em formato drive-thru na capital paulista.
A baixa procura por vacinas em alguns lugares fez com o governo do estado de São Paulo antecipasse a imunização de idosos entre 72 e 74 anos para sexta-feira, 19, prevista anteriormente para começar no dia 22. Com isso, um novo grupo de cerca de 730 mil pessoas terá acesso à vacinação.
Malhação
Enquanto o drive-thru do Ibirapuera passou boa parte do dia vazio, a menos de 200 metros dali, havia disputa por espaço. No centro da Praça Carlos Gardel, na Rua Curitiba, grupos liderados por personal trainers faziam ginástica. A maioria estava com máscara, mas o distanciamento era raramente respeitado.
Houve aumento no número de pessoas que frequentam a praça, na região do Parque Ibirapuera, com o fechamento dos parques da cidade e das academias de ginástica em razão da fase emergencial.
O adesão ao isolamento na capital paulista foi de 42%, na quarta-feira, 17, pouco acima da média registrada antes da adoção da fase emergencial adotada, iniciada no dia 15 de março e prevista para durar o dia 30.
Feriados antecipados
Com o agravamento da pandemia, a gestão Bruno Covas decidiu antecipar todos os feriados programados até julho para tentar evitar o colapso generalizado do sistema de saúde da capital paulista.
A antecipação coloca como feriados os dias 26, 29, 30 e 31 de março e 1º de abril. O dia 2 de abril já era feriado nacional, Paixão de Cristo. Com isso, a semana do megaferiado vai de 26 de março, uma sexta, até a páscoa, 4 de abril, um domingo.
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