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"Sociedade civil está dando show" na pandemia, diz Luciano Huck para EXAME

Em conversa ao vivo com Lucas Amorim, diretor de redação da EXAME, ele diz esperar que cultura de doação não enfraqueça quando pandemia passar

Luciano Huck: apresentador tem participado cada vez mais do debate público (Sandra Blaser/WEF/Flickr)

João Pedro Caleiro

Publicado em 20 de abril de 2020 às 15h38.

Última atualização em 20 de abril de 2020 às 17h43.

São Paulo - "A sociedade civil está dando um show" na sua colaboração contra os efeitos da pandemia do coronavírus, diz Luciano Huck , apresentador da Globo, investidor e empreendedor.

Ele participou ao vivo, nesta segunda-feira (20), do exame.talks com o tema "A parceria Estado, sociedade e iniciativa privada na saída da crise" e condução de Lucas Amorim, diretor de redação da EXAME.

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Huck contou que tem contribuído tanto de forma financeira quanto para efetivar a chegada das doações no que chama de "última milha", a distribuição em comunidades carentes. Um dos projetos em andamento é para transferência de renda via chip de telefones celulares para pessoas vulneráveis.

Ele notou que o total de doações no país foi de cerca de 1 bilhão de reais em 2019, um número que já foi dobrado em apenas poucas semanas de 2020: "Espero que essa cultura de doação não enfraqueça quando a pandemia passar".

As questões da desigualdade e das favelas foram destacadas por Huck várias vezes, como tem sido em suas falas desde que passou a se colocar com mais frequência no debate público.

“A pandemia mostrou de uma maneira muito clara como tudo está interconectado. Uma marolinha aqui vira um tsunami lá”, disse.

Questionado sobre taxação de grandes fortunas, Huck se declarou a favor de um aumento grande na tributação sobre herança. Esse tipo de tributação é baixo no Brasil, na comparação internacional, e segundo Huck estimularia investimentos no terceiro setor.

Ele também mencionou que este momento de pandemia mostra a importância do Sistema Único de Saúde: “Com todas as suas ineficiências e falta de qualidade em algumas frentes, sem o SUS o problema seria exponencialmente maior”, disse Huck.

Política

Huck também disse que esta não é a hora de "estar fazendo política", e que o "sonho de consumo" no combate à pandemia teria sido uma coordenação maior entre academia, poder público e outros atores. No entanto, ele acredita que apesar das dores, a situação possa servir como um aprendizado:

"O mundo vinha numa narrativa estranha, polarizada, de que quem não pertencia aqui não era daqui e quem pensava diferente era inimigo", disse Huck. "Os discursos mais populistas, menos ancorados na ciência e no diálogo estavam ganhando relevância", completou.

Huck tem se aproximado de especialistas e lideranças e colocado propostas para o país publicamente, como em um evento da EXAME em novembro. Vários comentários na transmissão de hoje questionaram se passada a crise, Huck pretende ser colocar como candidato à Presidência da República em 2022.

Ele disse que ainda não tem essa resposta, mas que busca a transformação da sociedade e que não há um mecanismo com mais poder para fazer isso do que o Estado, e portanto, a política.

"O que eu estou fazendo, e vou seguir fazendo, é no máximo que eu puder levantar a bandeira da renovação, trazer mais gente e boas cabeças para a política. Isso não é um projeto pessoal”, disse.

Veja a conversa na íntegra:

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