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Situação de Temer já é (bem) pior do que a de Collor, diz Ibope

Temer já é mais reprovado pelos brasileiros do que Collor nas vésperas do impeachment. No Congresso, o clima parece ser outro

Fernando Collor em sua posse: Até ele era mais aprovado do que Temer (Antônio Ribeiro/Veja/VEJA)

Fernando Collor em sua posse: Até ele era mais aprovado do que Temer (Antônio Ribeiro/Veja/VEJA)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 27 de julho de 2017 às 16h10.

Última atualização em 27 de julho de 2017 às 19h58.

São Paulo – Pelo menos diante da opinião pública, a situação do presidente Michel Temer está bem mais complicada do que a do hoje senador Fernando Collor de Mello quando ele dava seus últimos suspiros na Presidência da República.

Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira (27) mostra que apenas 5% dos brasileiros aprovam o governo de Michel Temer enquanto 70% consideram a gestão do peemedebista como ruim ou péssima.

No caso de Collor, em agosto de 1992, as proporções eram de 12% e 59% respectivamente.

Guardadas as devidas proporções, acusações e contextos históricos, esses números revelam a percepção da população brasileira diante de dois momentos cruciais para trajetória desses dois chefes do Executivo Federal.

Em 15 de agosto de 1992, o Congresso abria o processo de impeachment contra Collor enquanto, hoje, Temer vive o peso das vésperas da votação de uma denúncia contra ele na Câmara dos Deputados.

Mas há alguns fatores que diferenciam a situação política de ambos. O principal deles talvez seja a relação do Executivo com o Congresso. Enquanto Collor se viu politicamente isolado na reta final do impeachment, Temer tem feito de tudo para garantir o apoio de seus aliados.

Temer precisa de apenas 172 votos para barrar a denúncia contra ele. Na teoria, sua base na Câmara comporta hoje cerca de 311 deputados, mas só quatro partidos (que somam 184 parlamentares) fecharam questão para votar com Temer.

Esses números, é claro, não garantem imunidade contra eventuais traições no próximo dia 2. E não é por acaso que o Planalto desembolsou só nas últimas três semanas 2,1 bilhões de reais em emendas para parlamentares — com atenção mais do que especial para a Câmara, que foi destino de 82% dos recursos empenhados.

O desafio até a próxima terça-feira é convencer exatos 342 deputados a comparecer na sessão que analisa a denúncia de forma a garantir o início da votação. Diante do risco de que fatos novos comprometam ainda mais seu governo, tudo que Temer quer nesse momento é votar o quanto antes o assunto.

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