Silvio Almeida lança plano para pessoas em situação de rua e cita cenário 'mais grave' no Rio
Em evento no Rio, ministro dos Direitos Humanos e Cidadania explica que a capital fluminense possui cerca de 14 mil indivíduos que podem ser contemplados
Agência de notícias
Publicado em 30 de abril de 2024 às 16h59.
Última atualização em 30 de abril de 2024 às 17h17.
O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, assinou nesta terça-feira um termo de compromisso para a execução do “Plano Ruas Visíveis” no Rio de Janeiro, a primeira cidade do país a receber essa iniciativa. Em uma solenidade no Museu de Arte do Rio (MAR), Almeida oficializou o início do programa que pretende atender esse grupo e ser, em suas palavras, “a porta de saída das ruas”.
"Esse projeto não é para que as pessoas vivam na rua com dignidade, porque isso não existe. Por esse motivo, não chamamos mais as pessoas de moradores de rua, e sim pessoas em situação de rua. O lugar desse grupo não é na rua, e sim num espaço onde possam ter os seus direitos garantidos", explicou o ministro.
De acordo com a pasta, a capital fluminense tem a segunda maior população de pessoas em situação de rua do país. O portal ObservaDH, vinculado ao ministério, estima cerca de 14 mil indivíduos nessa condição no município, o que representa 6,3% do total nacional. O Rio fica atrás somente de São Paulo, que concentra 54 mil vulneráveis.
Lançado oficialmente em dezembro do ano passado, o "Plano Ruas Invisíveis" busca garantir a efetivação da cidadania de pessoas que vivem nas ruas. Com um investimento inicial de R$ 982 milhões, o projeto também prevê ações conjuntas de 11 ministérios em todo o território nacional em articulação com os governos estaduais e municipais.
Entre as principais ações previstas estão a rearticulação do Comitê Técnico de Saúde da População em Situação de Rua, a formação de profissionais que atuam na Política Nacional Sobre Drogas, a coibição de técnicas construtivas hostis em espaços públicos e o oferecimentos de moradias cidadãs.
"Vou repetir algo que eu falo há 13 anos: nós precisamos avançar muito nesse assunto de forma a tratar as pessoas que vivem na rua de forma civilizatória", salientou o secretário municipal de Assistência Social, Adilson Pires.
Em tom de agradecimento e cobrança, Almeida também destacou a importância da escolha da cidade como pioneira para a implementação do novo programa.
"Ousadia também requer responsabilidade. Ao adotar esse programa, a prefeitura do Rio de Janeiro passa a assumir a posição de exemplo diante de todo o Brasil", comentou o ministro.
De acordo com informações fornecidas pelo MDHC, as próximas capitais a serem contempladas serão Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Recife, Teresina, Brasília, Porto Alegre, Boa Vista e João Pessoa.