Serenidade e pulso firme. Os segredos do juiz do impeachment
Ricardo Lewandowski será o juiz da etapa final do impeachment de Dilma Rousseff. Ele promete pulso firme nesse trabalho. Saiba mais sobre o presidente do STF
Marcelo Ribeiro
Publicado em 25 de agosto de 2016 às 15h27.
Brasília – O início do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff ( PT ) escancarou algo perceptível nos bastidores. Logo nas primeiras horas, uma discussão acalorada surgiu entre senadores presentes. Ao longo dos próximos dias, controlar o ânimo dos parlamentares será uma tarefa difícil. O encarregado disso, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), promete pulso firme na condução do julgamento.
Considerado diplomático e sereno, o presidente do STF havia demonstrado que gostaria de presidir as sessões finais do processo de impeachment da petista. Durante o julgamento, Lewandowski poderia interrogar Dilma. O ministro, no entanto, adiantou que não pretende intervir nas discussões ou emitir qualquer juízo de valor. Durante os próximos dias, deve se mostrar apenas como um mediador.
Outro ponto a ser observado é o comportamento do presidente do STF em relação às estratégias de defesa e acusação. Defensores do afastamento definitivo de Dilma acreditam que aliados da presidente afastada tentarão protelar a sessão ao máximo. Para evitar desagaste, Lewandowski sinalizou que não aceitará perguntas repetidas. E não adianta tentar enrolar o magistrado. Mesmo questões elaboradas de formas diferentes, mas com conteúdo repetido, não serão aceitas.
É preciso aguardar para saber se a Corte fará uma análise do mérito e se posicionará sobre o suposto crime de responsabilidade fiscal cometido pela petista. A tendência é que isso não ocorra para evitar o desgaste que uma eventual decisão contrária ao entendimento do Legislativo poderia causar.
Quem é Lewandowski
A isenção do ministro deve permanecer inabalável. Enrique Ricardo Lewandowski nasceu no Rio de Janeiro em 1948. Foi indicado para compor o STF em 2006, indicado pelo ex-presidente Lula (PT) para a vaga deixada por Carlos Velloso. E nada melhor do que conhecê-lo melhor para saber o que esperar durante a última etapa do processo de impedimento de Dilma.
Lewandowski assumiu o comando do Supremo em 2014 após a saída de Joaquim Barbosa . Na época, saia Barbosa e seu perfil polêmico, irritadiço e associado ao combate à corrupção. Como substituto na presidência chegava um magistrado com estilo aberto ao diálogo, próximo de entidades de classe da magistratura e mais preocupado com as garantias constitucionais dos réus.
Em 2010, sentiu o poder da opinião pública ao admitir que poderia haver prescrição de crimes no mensalão por causa da demora na apresentação da denúncia pelo então ministro-relator Joaquim Barbosa. Na ocasião, os dois brigaram. Em reação à declaração de Lewandowski, Barbosa acelerou a apresentação da denúncia, que acabou deflagrando o julgamento no ano seguinte, em meio às eleições municipais de 2012.
Em mais de uma oportunidade, o presidente do STF reclamou das críticas que recebeu em relação à sua atuação como ministro-revisor do processo do mensalão. Contrário ao uso da teoria do domínio do fato, ele votou a favor da absolvição do ex-ministro José Dirceu (PT). Resultado: foi tachado como governista.
Quando o assunto é impeachment, Lewandowski adota a mesma postura dos demais magistrados. Para ele, é preciso uma solução sobre o afastamento definitivo ou não de Dilma. Há quem diga que o presidente do STF guarda uma mágoa da presidente afastada. O motivo seria que ele nunca foi consultado por ela sobre indicações a cargos em tribunais superiores. Interlocutores garantem que isso jamais influenciaria Lewandowski na condução do julgamento do impeachment.
Brasília – O início do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff ( PT ) escancarou algo perceptível nos bastidores. Logo nas primeiras horas, uma discussão acalorada surgiu entre senadores presentes. Ao longo dos próximos dias, controlar o ânimo dos parlamentares será uma tarefa difícil. O encarregado disso, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), promete pulso firme na condução do julgamento.
Considerado diplomático e sereno, o presidente do STF havia demonstrado que gostaria de presidir as sessões finais do processo de impeachment da petista. Durante o julgamento, Lewandowski poderia interrogar Dilma. O ministro, no entanto, adiantou que não pretende intervir nas discussões ou emitir qualquer juízo de valor. Durante os próximos dias, deve se mostrar apenas como um mediador.
Outro ponto a ser observado é o comportamento do presidente do STF em relação às estratégias de defesa e acusação. Defensores do afastamento definitivo de Dilma acreditam que aliados da presidente afastada tentarão protelar a sessão ao máximo. Para evitar desagaste, Lewandowski sinalizou que não aceitará perguntas repetidas. E não adianta tentar enrolar o magistrado. Mesmo questões elaboradas de formas diferentes, mas com conteúdo repetido, não serão aceitas.
É preciso aguardar para saber se a Corte fará uma análise do mérito e se posicionará sobre o suposto crime de responsabilidade fiscal cometido pela petista. A tendência é que isso não ocorra para evitar o desgaste que uma eventual decisão contrária ao entendimento do Legislativo poderia causar.
Quem é Lewandowski
A isenção do ministro deve permanecer inabalável. Enrique Ricardo Lewandowski nasceu no Rio de Janeiro em 1948. Foi indicado para compor o STF em 2006, indicado pelo ex-presidente Lula (PT) para a vaga deixada por Carlos Velloso. E nada melhor do que conhecê-lo melhor para saber o que esperar durante a última etapa do processo de impedimento de Dilma.
Lewandowski assumiu o comando do Supremo em 2014 após a saída de Joaquim Barbosa . Na época, saia Barbosa e seu perfil polêmico, irritadiço e associado ao combate à corrupção. Como substituto na presidência chegava um magistrado com estilo aberto ao diálogo, próximo de entidades de classe da magistratura e mais preocupado com as garantias constitucionais dos réus.
Em 2010, sentiu o poder da opinião pública ao admitir que poderia haver prescrição de crimes no mensalão por causa da demora na apresentação da denúncia pelo então ministro-relator Joaquim Barbosa. Na ocasião, os dois brigaram. Em reação à declaração de Lewandowski, Barbosa acelerou a apresentação da denúncia, que acabou deflagrando o julgamento no ano seguinte, em meio às eleições municipais de 2012.
Em mais de uma oportunidade, o presidente do STF reclamou das críticas que recebeu em relação à sua atuação como ministro-revisor do processo do mensalão. Contrário ao uso da teoria do domínio do fato, ele votou a favor da absolvição do ex-ministro José Dirceu (PT). Resultado: foi tachado como governista.
Quando o assunto é impeachment, Lewandowski adota a mesma postura dos demais magistrados. Para ele, é preciso uma solução sobre o afastamento definitivo ou não de Dilma. Há quem diga que o presidente do STF guarda uma mágoa da presidente afastada. O motivo seria que ele nunca foi consultado por ela sobre indicações a cargos em tribunais superiores. Interlocutores garantem que isso jamais influenciaria Lewandowski na condução do julgamento do impeachment.