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São Paulo anuncia criação de empregos para viciados em crack

Viciados vão trabalhar como auxiliares administrativos e de serviços gerais na Secretaria da Justiça e no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas


	Cracolândia: contrato de trabalho terá duração de nove meses e dependentes trabalharão de segunda a quinta-feira, seis horas por dia
 (Marcelo Camargo/ABr)

Cracolândia: contrato de trabalho terá duração de nove meses e dependentes trabalharão de segunda a quinta-feira, seis horas por dia (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 19h19.

O governo do estado de São Paulo anunciou hoje (25) 40 vagas de emprego para viciados em crack. Para tanto, eles têm de estar em tratamento e participar do Programa Recomeço, lançado no ano passado.

Eles vão trabalhar como auxiliares administrativos e de serviços gerais na Secretaria da Justiça e no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) e receberão salário de R$ 395.

“Estamos começando com 40 [vagas], mas poderemos ampliar. Temos uma demanda grande, vivemos quase uma verdadeira epidemia, sinal de que as pessoas querem sair dessa situação grave”, disse o governador paulista, Geraldo Alckmin.

O contrato de trabalho terá duração de nove meses e os dependentes trabalharão de segunda a quinta-feira, seis horas por dia. É obrigatório continuar com o tratamento no Cratod. Na sexta-feira, esses trabalhadores vão participar de cursos de capacitação profissional.

É muito difícil recuperar o dependente de crack sem tratamento, destacou o governador. "É uma doença. Temos de tratar e acompanhar. Nossa estratégia é abordar, ir ao encontro do paciente, fazer o tratamento, o acompanhamento, dar qualificação profissional e emprego.”

Usuário de álcool, cocaína e crack durante cerca de três anos, Marco Antonio Antunes, de 56 anos, que conseguiu se livrar sozinho das drogas e hoje faz tratamento no Cratod para superar crises de abstinência de álcool, aprovou a iniciiativa.

“Para nós, é interessante [voltar a trabalhar], porque estamos afastado da sociedade há muito tempo. Não temos preparação e estudo [para buscar um emprego] e queríamos menos burocracia para o retorno à sociedade”, disse Antunes, que já foi pedreiro, encanador, porteiro e gari.

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