Roger Pinto dará entrevista coletiva amanhã no Senado
O senador boliviano se apresentou na embaixada brasileira na Bolívia alegando que era vítima de "perseguição" do presidente, Evo Morales
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2013 às 17h53.
Brasília - O senador boliviano Roger Pinto, que chegou ao país depois da fuga da embaixada brasileira em La Paz sem salvo-conduto do governo da Bolívia , será recebido amanhã no Senado , onde dará uma entrevista coletiva, informaram nesta segunda-feira fontes parlamentares.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), acompanhará a entrevista.
O senador boliviano se apresentou na embaixada brasileira na Bolívia alegando que era vítima de "perseguição" do presidente, Evo Morales, e dez dias depois recebeu do Brasil o status de asilado político, embora nunca tenha obtido o salvo-conduto que necessitava para abandonar seu país.
Segundo o governo Morales, o salvo-conduto não podia ser aprovado porque o senador é acusado de processos de corrupção, e já teria sido condenado em um deles a um ano de prisão.
Na sexta-feira, com o auxílio de diplomatas, Roger Pinto foi levado em um carro oficial da embaixada, e escoltado por soldados brasileiros até o lado brasileiro da fronteira.
De lá o senador boliviano viajou depois para Brasília em um avião privado fretado por Ferraço, que admitiu ter intercedido com a equipe diplomática em La Paz para que ajudassem na fuga.
O Itamaraty disse que só soube da saída de Roger Pinto no sábado, que vai investigar o assunto e que serão tomadas "medidas administrativas e disciplinares" cabíveis, o que deu a entender que houve uma irregularidade na fuga do asilado. Além disso, chamou para consultas o encarregado de negócios em La Paz, Eduardo Saboia.
Saboia chegou hoje a Brasília e, no aeroporto, admitiu que facilitou a fuga do senador por razões humanitárias. "Tomei a decisão porque havia um risco iminente para sua vida e uma ameaça à dignidade de uma pessoa", declarou aos jornalistas.
"Optei pela vida. Optei por proteger uma pessoa, um perseguido político, como a presidente Dilma foi durante a ditadura", acrescentou.
O governo boliviano exigiu "explicações" ao Brasil pela "fuga" do senador, a quem qualificou de "foragido".
Em La Paz, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, entregou hoje nota diplomática na embaixada do Brasil, na qual expressou a "profunda preocupação do governo pela transgressão do princípio de reciprocidade e cortesia internacional".
Choquehuanca assegurou que "não pode ser que, no amparo da imunidade diplomática, se transgridam normas nacionais e internacionais, facilitando neste caso a fuga, a saída irregular do país do senador Roger Pinto". EFE
Brasília - O senador boliviano Roger Pinto, que chegou ao país depois da fuga da embaixada brasileira em La Paz sem salvo-conduto do governo da Bolívia , será recebido amanhã no Senado , onde dará uma entrevista coletiva, informaram nesta segunda-feira fontes parlamentares.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), acompanhará a entrevista.
O senador boliviano se apresentou na embaixada brasileira na Bolívia alegando que era vítima de "perseguição" do presidente, Evo Morales, e dez dias depois recebeu do Brasil o status de asilado político, embora nunca tenha obtido o salvo-conduto que necessitava para abandonar seu país.
Segundo o governo Morales, o salvo-conduto não podia ser aprovado porque o senador é acusado de processos de corrupção, e já teria sido condenado em um deles a um ano de prisão.
Na sexta-feira, com o auxílio de diplomatas, Roger Pinto foi levado em um carro oficial da embaixada, e escoltado por soldados brasileiros até o lado brasileiro da fronteira.
De lá o senador boliviano viajou depois para Brasília em um avião privado fretado por Ferraço, que admitiu ter intercedido com a equipe diplomática em La Paz para que ajudassem na fuga.
O Itamaraty disse que só soube da saída de Roger Pinto no sábado, que vai investigar o assunto e que serão tomadas "medidas administrativas e disciplinares" cabíveis, o que deu a entender que houve uma irregularidade na fuga do asilado. Além disso, chamou para consultas o encarregado de negócios em La Paz, Eduardo Saboia.
Saboia chegou hoje a Brasília e, no aeroporto, admitiu que facilitou a fuga do senador por razões humanitárias. "Tomei a decisão porque havia um risco iminente para sua vida e uma ameaça à dignidade de uma pessoa", declarou aos jornalistas.
"Optei pela vida. Optei por proteger uma pessoa, um perseguido político, como a presidente Dilma foi durante a ditadura", acrescentou.
O governo boliviano exigiu "explicações" ao Brasil pela "fuga" do senador, a quem qualificou de "foragido".
Em La Paz, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, entregou hoje nota diplomática na embaixada do Brasil, na qual expressou a "profunda preocupação do governo pela transgressão do princípio de reciprocidade e cortesia internacional".
Choquehuanca assegurou que "não pode ser que, no amparo da imunidade diplomática, se transgridam normas nacionais e internacionais, facilitando neste caso a fuga, a saída irregular do país do senador Roger Pinto". EFE