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Rio ocupa o 7º lugar no ranking mundial de mortalidade pela covid-19

É o que mostra o monitoramento do portal Covid-19: Observatório Fluminense, que reúne pesquisadores e estudantes de sete instituições

Rio de Janeiro: Estado é um dos locais com a maior mortalidade (Andre Coelho/Getty Images)
AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de junho de 2020 às 16h51.

Última atualização em 19 de junho de 2020 às 16h52.

Com um índice de letalidade da covid-19 em 9,63% e de mortalidade de 48,7 por 100 mil habitantes, acima da média do Brasil, segundo dados de ontem (18), o estado do Rio de Janeiro estaria em sétimo lugar no ranking mundial de mortalidade se fosse considerado como um país.

É o que mostra o monitoramento do portal Covid-19: Observatório Fluminense, que reúne pesquisadores e estudantes de sete instituições, entre elas a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense e Universidade Estadual Paulista (Unesp), das áreas de matemática, engenharia e computação.

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Na métrica de mortes por milhão, os dados analisados pelo grupo, referentes até o dia 13 de junho, coloca o estado do Rio de Janeiro bem acima da posição do Brasil no mundo. O país está na 12ª posição, com 203,3 óbitos por milhão de habitantes.

“A mortalidade da covid-19 na cidade do Rio de Janeiro está acima de 800 por milhão de habitantes, enquanto no Estado do Rio de Janeiro temos 440 por milhão. A mortalidade da covid-19 na Cidade do Rio de Janeiro só é inferior à observada em dois países (San Marino e Bélgica)”.

Segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado hoje (19), na semana epidemiológica encerrada no dia 13, o mundo apresentou uma taxa de 54,6 óbitos/1 milhão. “Dentre os países com população acima de 1 milhão de habitantes, a Bélgica apresentava o maior coeficiente (832,3/1 milhão), seguido pelo Reino Unido (611,0/1 milhão), Espanha (580,4/1 milhão), Itália (566,0/1 milhão) e Suécia (480,6/1 milhão)”.

A França aparece em sexto, com taxa de óbitos por covid-19 de 450,0/1 milhão. Segundo o epidemiologista Átila Iamarino, a Bélgica aparece em primeiro no número de mortes por milhão porque inclui nas estatísticas todos os óbitos suspeitos de novo coronavírus, não apenas os confirmados. No Rio de Janeiro, por outro lado, a tendência é de subnotificação dos casos. A Uerj aponta que apenas 7,2% dos casos de covid-19 são confirmados.

No relatório dessa semana do Observatório Fluminense, os cientistas apontam que o número de casos confirmados e de óbitos por semana epidemiológica continua crescendo em várias regiões do país, enquanto governos estaduais e municipais reduzem as medidas restritivas e voltam a permitir a circulação mais ampla da população.

“Praticamente todos os entes federativos do Brasil ainda apresentam alto contágio (apesar de decrescente), exceções são vistas no AM, CE, em PE, e RR que apresentam sinais de redução. Por outro lado, outros estados como o RS, SC, PR, MG, GO, MS e MT apresentam curvas de progresso do contágio suave em comparação aos outros estados da federação”.

Quanto à mortalidade, os pesquisadores apontam estabilidade no número de registros por semana no país e queda em Alagoas, Amazonas, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Panorama mundial
No momento em que o número de casos no mundo passa de 8,5 milhões e o de óbitos por covid-19 se aproxima de meio milhão, a análise que o grupo fez envolvendo 16 países indicou que não há tendência de queda no contágio no Brasil, Chile, Suécia e Irã. Estados Unidos e Rússia apresentam nível estável de contágio.

A mortalidade não apresentou tendência de queda no Brasil, Chile, Peru, na Rússia e no Irã. Já na Suécia, há uma melhora com diminuição no número de mortos por semana.

Na América Latina, o grupo de monitoramento aponta para a tendência de contenção da epidemia no Uruguai, enquanto Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Panamá, Peru e República Dominicana não demonstram estar perto do controle do contágio, apesar de terem estabilizado o número de mortos por semana.

No indicador criado pelo grupo do Observatório Fluminense chamado de Semáforo da covid-19, que indica de verde os países ou estados que estão vencendo a pandemia, de amarelo os que estão “quase lá” e de vermelho os que “precisam agir”, o Brasil aparece em vermelho tanto no indicador de novos casos como no de mortes por semana. Todos os estados brasileiros estão com sinal vermelho em ambos indicadores.

O boletim do Ministério da Saúde indica que o Brasil ultrapassou os Estados Unidos em número de casos do novo coronavírus por semana, já que a curva de contaminação aqui começou a estabilizar na semana epidemiológica 23, encerrada no dia 13 de junho, quando foram registrados 177.668 casos. Número próximo ao registrado na semana anterior, quando foram 174.406 novos casos.

A curva norte-americana está em queda desde a semana 15, encerrada em 11 de abril, quando apresentou o pico de 223.595 casos, com novo pico na semana de 213.257 casos na semana 18. Na última semana, os Estados Unidos tiveram 151.148 novos casos. Os Estados Unidos têm hoje 2.196.998 casos de covid-19 e 118.758 óbitos. No Brasil são 978.142 casos e 47.748 óbitos. Os dois países são os que têm mais números de casos e de óbitos pela doença.

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