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Relação com a Venezuela vira incômodo para Bolsonaro e Lula

Bolsonaro tem sido pressionado a abrir relações. Petista é cobrado por leniência com regimes autoritários de esquerda

 (Foto Lula: Bloomberg / Foto Bolsonaro: Evaristo Sa/Getty Images)

(Foto Lula: Bloomberg / Foto Bolsonaro: Evaristo Sa/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 19 de abril de 2022 às 08h35.

A relação com a Venezuela se tornou uma questão incômoda tanto para o presidente Jair Bolsonaro quanto para o ex-presidente Lula. As pressões internas para que o Brasil inicie um processo de recomposição com o país vizinho vêm se intensificando, criando uma saia justa para o Palácio do Planalto, que, até agora, resiste. Em pleno ano eleitoral, Bolsonaro teria dificuldade de explicar para sua base mais ideológica um recuo em relação ao governo Nicolás Maduro. Já Lula tem sido cobrado por ser leniente com regimes autoritários de esquerda, sem condenar violações a direitos humanos em países ideologicamente próximos.

A Venezuela é um dos temas preferidos de Bolsonaro para atacar seu principal rival na disputa eleitoral. A histórica proximidade entre Lula e o chavismo costuma ser usada pelo titular do Planalto para sustentar teorias sobre uma eventual “venezuelização” do Brasil, caso o ex-presidente volte ao poder. Isso explica por que, apesar da crescente demanda por uma retomada das relações bilaterais, ultimamente partindo até mesmo de parlamentares da base aliada, o governo continua protelando uma decisão.

Na campanha do PT, a posição está clara. Segundo fontes, se Lula vencer, uma das primeiras decisões seria reabrir a embaixada em Caracas e todos os consulados que o Brasil tem na Venezuela. O ex-presidente sempre pregou a necessidade de dialogar com o governo venezuelano e evita questionar as violações cometidas pelo governo Maduro. Sanções e cercos ao país são vistos como contraproducentes e muito negativos para a população venezuelana.

Entenda, em reportagem exclusiva para assinantes, por que os pedidos para que as relações bilaterais sejam reatadas vêm se multiplicando inclusive entre membros da base aliada. Veja também como pensa Carlos França, ministro das Relações Exteriores, e que impasse o governo enfrenta sobre o tema.

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