Reforma ministerial: Republicanos deve ficar com Portos e PP investe em pasta do Bolsa Família
Governo Lula prevê uma minirreforma ministerial com mudanças em pelo menos três pastas
Agência de notícias
Publicado em 18 de agosto de 2023 às 10h02.
No arranjo político para selar o apoio do Centrão e favorecer a aprovação de projetos no Congresso, o governo Luiz Inácio Lula da Silva prevê uma minirreforma ministerial com mudanças em pelo menos três pastas. A principal delas deve atingir Portos e Aeroportos, cobiçada pelo Republicanos, obrigando o Planalto a deslocar o ministro Márcio França (PSB).
Já o PP, também contemplado com um cargo na Esplanada nesse desenho previsto pelo governo, deseja o Ministério do Desenvolvimento Social, que hoje controla o programa Bolsa Família e tem no comando o petista Wellington Dias, ex-governador do Piauí.
- Pochmann tomará posse como novo presidente do IBGE na próxima sexta-feira, em Brasília
- CPI do MST: em meio a tensões, ministro da Agricultura será ouvido nesta quinta-feira
- Comissão da Câmara aprova aumento de R$ 500 milhões no aporte da União para o Fies
- Reunião sobre arcabouço fiscal é cancelada após fala de ministro sobre poder da Câmara
- Carlos Fávaro volta atrás e afirma que irá participar de audiência na CPI do MST
- Após ruído com Haddad, Lira e líderes remarcam reunião sobre arcabouço para dia 21
No caso do Republicanos, o cenário mais provável, traçado após um encontro fora da agenda entre Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é que França deixe o posto para entregar o ministério ao deputado Silvio Costa Filho (PE). Essa troca atende a um pedido do partido do deputado Marcos Pereira (SP) por causa do Porto de Santos, área de interesse do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, filiado à legenda.
Proposta
O PP de Lira, por sua vez, vai compor o primeiro escalão de Lula com o também deputado André Fufuca (MA). Lula já concordou com os nomes de Costa Filho e Fufuca; falta definir as pastas. Como mostrou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a proposta do Centrão entregue ao presidente envolve a ida de França para a pasta de Ciência e Tecnologia, hoje com Luciana Santos (PCdoB). Luciana seria realocada no Ministério das Mulheres, comandado atualmente por Cida Gonçalves que é filiada ao PT.
O PP voltou a insistir na indicação de Fufuca para o comando do Ministério do Desenvolvimento Social. No entanto, Lula resiste e quer manter a pasta com o PT. O Estadão apurou que, diante do impasse, num primeiro momento, o ministério pode ser poupado nesta reforma.
Pressão
A avaliação de líderes é a de que a demora do governo em definir o espaço do PP e do Republicanos na Esplanada elevou a insatisfação dos parlamentares. A recente declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o “poder muito grande” da Câmara, também agravou o clima de atrito.
Além disso, uma romaria de prefeitos a gabinetes de deputados nesta semana reacendeu a insatisfação com a demora na liberação de emendas para as bases eleitorais. Também há a cobrança de que o governo precisa retribuir o apoio que conseguiu na Câmara para aprovação, por exemplo, do projeto que retoma o voto de desempate a favor da Receita no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O próprio Lira tem sido pressionado pelos parlamentares.
Deputados dizem ainda esperar uma contrapartida pelo esvaziamento da CPI do MST. Partidos como Republicanos e União Brasil substituíram bolsonaristas do colegiado por nomes mais governistas, e Lira anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa.