Jungmann: "Principal hipótese" para caso Marielle é atuação de milícias
Jungmann afirmou que a morte da vereadora pode ser tratado como um caso "raro", uma vez que ela não sofreu ameaças antes de ser assassinada
Reuters
Publicado em 16 de abril de 2018 às 14h50.
Última atualização em 16 de abril de 2018 às 17h17.
Rio - As investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela apontam como hipótese mais provável a ligação de milicianos com o crime, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Segurança Pública , Raul Jungmann .
"As investigações avançam e eles (investigadores), partindo de uma grande quantidade de hipóteses, tem afunilado, e uma das possibilidades que tem crescido é que tenha sido um crime ligado a milícias", disse Jungmann a jornalistas, após um encontro com o general Richard Nunes, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
No sábado, o primeiro mês da morte da vereadora do PSOL e do motorista Anderson Gomes, baleados dentro de um carro, foi lembrado com atos, manifestações e caminhadas no Rio de Janeiro e em outras cidades do país.
Jungmann afirmou que a morte da vereadora pode ser tratado como um caso "raro", uma vez que ela não sofreu ameaças antes de ser assassinada.
"Não se identificou até aqui nenhum testemunho de ameaças e isso deixa as investigações praticamente no âmbito da materialidade, ou seja, de identificar a cápsula, de identificar impressões digitais e assim por diante. São provas mais materiais do que testemunhais", declarou o ministro.
Cerca de 10 vereadores que tiveram contato mais próximo com Marielle na Câmara Municipal do Rio já foram ouvidos na condição de testemunhas, e um encontro entre representantes da polícia do Rio e a família da parlamentar assassinada está previsto para esta segunda-feira para atualizar o nível das investigações.
"Há um ânimo do general e da equipe de que estão avançando nesse trabalho de investigação, para que em breve possamos ter a elucidação dessa tragédia", disse Jungmann.
Os grupos de milicianos têm avançado nos últimos anos no Estado do Rio de Janeiro e estima-se que só na região metropolitana cerca de 2 milhões de pessoas vivem em áreas controladas por milicianos.
Ao todo, 8 equipes trabalham na investigação que conta com apoio da Polícia Federal e de peritos especializados na análise de fragmentos de bala, cápsulas e impressões digitais.
"Ainda que as cápsulas não estejam em sua totalidade, acredito que há pontos suficientes que permitem fazer uma identificação e aproxime de quem vem a ser (o autor do crime)", finalizou.