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Quem é Jorge Fernandes, apontado como operador de 'rachadinha' no gabinete de Carlos Bolsonaro

MP apontou que a gestão de Washington Reis vinha ignorando decisões judiciais que obrigavam o município a se adequar ao PNI do Ministério da Saúde

Carlos Bolsonaro (Caio César/CMRJ/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 5 de maio de 2023 às 07h39.

Última atualização em 5 de maio de 2023 às 08h15.

Chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro (Republicanos) na Câmara dos Vereadores do Rio, Jorge Luiz Fernandes está na mira do Ministério Público do Rio. Um laudo do Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP-RJ identificou que Fernandes recebeu R$ 2,014 milhões em depósitos, vindos das contas de seis servidores nomeados por Carlos.

À frente do gabinete de Carlos desde janeiro de 2018, Fernandes assumiu o posto com a saída de Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, também citado na apuração do MP. No entanto, ele trabalha no gabinete do vereador desde o seu primeiro mandato, em 2001.

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Militar reformado desde setembro de 2005, Fernandes é primeiro-sargento da Marinha e recebe remuneração bruta de cerca de R$ 10,2 mil reais mensais. Ele é casado com Regina Célia Sobral Fernandes, uma das pessoas lotadas no gabinete de Carlos que fez depósitos em sua conta. O militar também é cunhado de Carlos Alberto Sobral Franco, que foi lotado no gabinete de Jair Bolsonaro quando o ex-presidente era deputado federal.

Visto por funcionários da Câmara como um segundo pai para Carlos, que frequenta a casa do chefe de gabinete, Fernandes é também conhecido como Jorge Sapão. Nas redes sociais, ele é seguido pelo segundo filho de Bolsonaro e por Fabrício Queiroz, investigado por suspeitas de "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual do Rio.

Os conteúdos publicados por ele são, majoritariamente, em defesa de pautas bolsonaristas e antipetistas. No perfil da mulher, Regina Célia, é possível encontrar pedidos de voto para Carlos Bolsonaro em eleições do passado. Assim como a filha do casal, Danielle Fernandes, que se considera prima do vereador por afinidade e, em 2012, publicou em seu perfil no Facebook um pedido para que, quem não tivesse escolhido candidato, votasse em Carlos para ajudar a "manter o emprego do meu pai", classificando o vereador como "um candidato ficha limpa".

A movimentação financeira identificada pelo Ministério Público é a prova mais consistente, obtida pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, na investigação sobre suspeita de "rachadinha" no gabinete de Carlos na Câmara Municipal. O mesmo levantamento, autorizado pela Justiça fluminense, também demonstrou que Fernandes usou contas pessoais para pagar despesas de Carlos Bolsonaro.

A 3ª Promotoria quer saber, agora, em pedido de investigações complementares ao Laboratório de Lavagem, se os pagamentos foram eventuais ou regulares. No caso da segunda situação, ficará provado que Carlos se beneficiou diretamente do desvio dos salários de seus servidores. O laudo já produzido, porém, já é suficiente para imputar o crime de peculato ao chefe de gabinete.

Entre 2009 e 2018, Fernandes recebeu créditos dos seguintes funcionários: Juciara da Conceição Raimundo (R$ 647 mil, em 219 lançamentos), Andrea Cristina da Cruz Martins (R$ 101 mil, em 11 lançamentos), Regina Célia Sobral Fernandes (R$ 814 mil, 304 lançamentos), Alexander Florindo Batista Júnior (R$ 212 mil, em 53 lançamentos), Thiago Medeiros da Silva (R$ 52 mil, em 18 lançamentos) e Norma Rosa Fernandes Freitas (R$ 185 mil, em 83 lançamentos).</

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