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Queda de Viegas não é início da reforma ministerial, diz analista

Para Cristopher Garman, da Tendências, governo não tem condições políticas para aproveitar saída do ministro da Defesa para concretizar rearranjo de poder de acordo com o novo tabuleiro municipal

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h13.

A saída do embaixador José Viegas do Ministério da Defesa foi resolvida de tal forma que evitasse a precipitação da reforma ministerial. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que precisa fazer mudanças nos ministérios, mas não tem condições de dispará-las neste momento (desde antes das eleições municipais a cúpula do governo já analisa como substituir ministros para adequar-se aonovo mapa político brasileiro).

Para o analista Cristopher Garman, da Tendências Consultoria, a queda de Viegas deve ser compreendida predominantemente como resultado do recente episódio da publicação pela imprensa de fotos de um preso político em meados da década de 70. Diante das imagens, o Exército divulgou, à revelia de Viegas, desastrada nota oficial justificando as ações de repressão do regime militar. Poucos dias depois, a instituição foi desautorizada pelo próprio presidente Lula e forçada a circular um texto mais ameno.

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De acordo com comunicado do Palácio do Planalto, o pedido de demissão de Viegas havia sido encaminhado ao presidente no dia 22 de outubro. Nesta quinta-feira (4/11) Lula aceitou o pedido e nomeou o vice-presidente José Alencar para a pasta. Segundo Garman, uma das possibilidades de remanejamento, no contexto de uma reforma ministerial, é que Aldo Rebelo, ministro de Coordenação Política, assuma o lugar de Viegas (apesar de deputado do PC do B, ironicamente Rebelo tem bom trânsito entre as Forças Armadas).

"Mas para definir o substituto de Rebelo é preciso saber como fica a emenda da reeleição para as mesas da Câmara e do Senado", diz o analista. E a solução dessa briga depende da capacidade governista de acomodar as alas do PMDB. "Ou seja, colocar o Alencar é uma maneira de pôr alguém forte, que ao mesmo tempo evite o efeito cascata", diz Garman. De qualquer modo, em seu entender não se deve descartar a chance de que as coisas fiquem por isso mesmo. "Não duvido que o vice-presidente acabe ficando no cargo." A transmissão de cargo será na segunda-feira (8/11).

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