PT deve partir para comparação, diz cientista político
A avaliação do analista político Christopher Garman é que um ajuste fiscal no ano de 2015 pode acontecer, mas dificilmente será feito com corte de gastos
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2014 às 16h14.
São Paulo - Quem busca, no discurso de campanha do Partido dos Trabalhadores , sinais de ajustes estruturais a serem feitos em um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff não deve ter sucesso.
A visão é do analista político Christopher Garman, Diretor de Estratégia para Mercados Emergentes e América Latina da Eurasia Group, para quem o partido vai adotar, durante o período eleitoral, um discurso "populista" forçando a comparação com os governos do PSDB.
"O PT vai mostrar que entrega renda e emprego e que a situação econômica hoje é melhor que no passado. O setor privado que procura sinais de ajustes mais estruturais não vai encontrar isso no discurso", disse durante uma conferência promovida pela Go Associados.
A avaliação de Garman é que um ajuste fiscal no ano de 2015 pode acontecer, mas dificilmente será feito com corte de gastos.
"Acho muito difícil um segundo mandato da presidente Dilma atacar o problema fiscal com o corte de gastos. Acho que ajuste virá via aumento de receita", afirma.
Outro convidado para a conferência, o ex-secretário de Política Econômica Roberto Macedo afirma que o Brasil vive um dilema político com a população cobrando serviços de qualidade que o Estado ainda não tem condições de oferecer.
Macedo acha que o país vive um "estado de bem estar social precoce".
"(O país) Quer avançar no estado do bem estar, mas não tem recursos e a população quer mais", afirma Macedo, para quem a saída é o Estado admitir que não tem recursos e se abrir para o capital privado.